Ouvir música, além de servir como entretenimento, pode ser uma atividade complementar no tratamento de doenças ou deficiências. A musicoterapia é uma prática capaz de melhorar a qualidade de vida da população, por meio dos elementos da música como som, ritmo, melodia e harmonia.
A musicoterapia ajuda na cognição, reabilitação, socialização e em problemas de coordenação motora. Ela fornece assistência até mesmo em doenças como Alzheimer e Parkinson. A técnica pode auxiliar desde mulheres gestantes e crianças a idosos.
A musicoterapeuta Vânia de Sousa, formada em música pela Universidade Estadual do Pará (Uepa), com especialização em musicoterapia pela Faculdade Censupeg, em Manaus, explica que a música é a área mais sociável que existe, e por isso a sua importância no tratamento de transtornos.
“Antes de começar o atendimento, a gente faz uma avaliação e a partir dela o profissional vai tratar a necessidade da pessoa. Por exemplo, se for uma criança autista com problemas de socialização, nós faremos a terapia focando na parte social dela”, esclareceu Vânia.
Segundo ela, durante a terapia, instrumentos musicais variados podem ser usados, como violão, piano e xilofone.
Irani Vieira (à direita) disse que tem percebido um grande avanço no desenvolvimento da filha, que antigamente não conseguia reconhecer a origem dos sons que escutava (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)
Uma das praticantes desse método terapêutico é Ingrid Vieira, deficiente auditiva desde o nascimento. A menina de 11 anos participa do tratamento desde agosto de 2020, quando compareceu, junto com a mãe, a uma feira no Centro Municipal Integrado de Educação Especial e juntas conheceram Vânia, que apresentou a musicoterapia a elas.
Irani Vieira, mãe da Ingrid, relata que, antes da pandemia, a filha tinha uma rotina estável, mas depois tudo se desestabilizou. Entretanto, desde que iniciou o tratamento, tem percebido um grande avanço no desenvolvimento da filha, que antigamente não conseguia reconhecer a origem dos sons que escutava.
“Era muito difícil para ela entender o que estava acontecendo no mundo, o porquê de ela ter parado de sair de casa. Então foi um desafio muito grande tentar manter tudo o que ela havia aprendido antes. Porém, desde a primeira sessão de musicoterapia, eu percebi que ela teve uma conexão muito grande com a música”, afirmou a mãe de Ingrid.
Além disso, ela completa: “Ver que agora a Ingrid consegue reconhecer os sons e saber de onde eles vêm tem sido uma conquista muito grande. É maravilhoso ver ela brincando e entender quando eu chamo o nome dela”.
Por Camilla Salustiano – estagiária da FolhaBV