Um navio porta-coitêiner de 400 metros de comprimento está encalhado há horas na rota do Canal de Suez, no Egito. A situação pode influenciar no atraso de entrega de milhares de mercadorias em diversos países.
A empresa Evergreen, responsável pela embarcação, disse que uma rajada de vento pode ter causado o acidente. A embarcação de mais de 220 mil toneladas, que se dirigia para Roterdã procedente da Ásia, encalhou quando acabava de cruzar a entrada sul do Canal de Suez, segundo o site Vesselfinder.
A informação foi confirmada pela Autoridade Egípcia do canal de Suez (SCA). O incidente se deveu a um vento de areia, fenômeno comum no Egito nesta época do ano, que teria gerado um problema de visibilidade.
Em um comunicado divulgado esta manhã, o presidente da Autoridade Egípcia do Canal de Suez (SCA), almirante Ossama Rabie, informou que “as unidades de resgate e os rebocadores da Autoridade continuam seus esforços” para desbloquear o Ever Given, um navio de 400 metros de comprimento com bandeira do Panamá. Oito rebocadores foram mobilizados para ajudar na missão.
Até o momento, foram realizadas diversas tentativas para tentar retirar o navio Ever Given do local, todas sem sucesso. Agora, dezenas de navios aguardam para passar pela rota comercial, uma das mais movimentadas do mundo.
ATRASO – De acordo com fontes marítimas, 30 navios estão parados na entrada norte do Canal, e outros três, na entrada sul. Ao mesmo tempo, as autoridades anunciaram que o trecho histórico do canal, localizado na parte central da hidrovia, foi reaberto nos dois sentidos de navegação. Neste momento, porém, não está claro como isso ajudará a absorver a perturbação criada pelo Ever Given.
Tal atraso pode ter consequências para o fluxo do tráfego marítimo em uma rota de navegação que concentra cerca de 10% do comércio marítimo internacional, segundo especialistas.
“A passagem por Suez é sempre levada em consideração e, quando há um grande incidente como este, cria atrasos e um efeito dominó”, explicou à AFP Camille Egloff, especialista em transporte marítimo do Boston Consulting Group, com sede em Atenas. Ela informou que o atraso é apenas “questão de horas”, porque “estamos em um ambiente hipercontrolado”. Ainda assim, deve ter um custo, “porque bloqueia o tráfego atrás”.