Cotidiano

Campanha visa conscientizar sobre a violência contra a mulher

Durante essa primeira semana de abril, o Ministério Público de Roraima fez uma campanha de combate à violência doméstica

Roraima tem alto índice de violência contra a mulher e com a pandemia de coronavírus esses dados só aumentaram. De acordo com a Polícia Civil de Roraima, em 2019, foram registrados 775 casos de violência física e 964 de agressão psicológica. Em 2020, houve 827 casos de agressão física e 1.045 psicológica.

Sabendo desses crescentes casos, a procuradora Geral do Ministério Público de Roraima (MPRR), Janaína Carneiro, idealizou uma campanha de conscientização sobre a violência contra a mulher nas redes sociais que está sendo realizada por meio da Promotoria de Justiça na Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

“Para que as pessoas possam discutir essas situações nos espaços virtuais, porque é falando da violência que nós temos um método de quebrar o paradigma da aceitabilidade da violência contra a mulher, pelo simples fato de ser mulher”, explicou a promotora de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Lucimara Campaner.

Além desse paradigma, a promotora falou que a cultura machista, o papel pré-definido dos gêneros, e a inversão da culpa são outros padrões que precisam ser quebrados, pois a violência contra a mulher acontece independente até da classe social.

“A importância da campanha está ligada a lei Maria da Penha, a rede de apoio à mulher, para dar visibilidade, encorajamento, empoderamento para essa mulher poder perceber que ela está em um relacionamento abusivo e tomar as rédeas da própria vida. Que ela possa interromper o ciclo e principalmente, se ela não conseguir sozinha, para se valer da lei Maria da Penha e das medidas protetivas”, disse a promotora.

A campanha iniciou na segunda-feira (5) e finalizou nesta sexta (9), mas as publicações estão disponíveis nas redes sociais do MPRR para uma circulação constante das informações, segundo a promotora.

Promotora de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Lucimara Campaner (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)

A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER – Conforme Campaner, de 2019 a 2021 foram expedidas mais de 3 mil medidas protetivas. O que, para ela, é um número consideravelmente grande dado que o estado é o menos populoso do Brasil.

Além disso, foram propostas mais de mil ações penais e houve cerca de 35 casos de feminicídio no estado, registrados na capital e comarcas do interior, de 2019 para 2021.

Com isso, cabe ressaltar que o ciclo da violência inicia no aumento da tensão, seguido do ato de violência e depois pela reconciliação. “Com um determinado tempo, essa violência se repete. Ao mesmo tempo que esse ciclo vai se repetido, nós, no âmbito da violência contra a mulher, percebemos uma escalada do tipo de violência, a natureza”, disse a promotora.

DENUNCIE – Esses tipos de violência geralmente são psicológicas, física, moral, patrimonial ou sexual. Por isso, as vítimas podem denunciar as ações de violência pelo 180, canal de atendimento a mulher; ou no 190 da Polícia Militar. Também, procurar a Casa da Mulher Brasileira e a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), no bairro São Vicente, na capital.