O ex-candidato a prefeito de São Paulo e à Presidência do Brasil pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Guilherme Boulos, veio à Roraima para inauguração do projeto ‘Cozinha Solidária’ em Boa Vista. A iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) teve início neste domingo, 12, com a produção de 270 marmitas de alimentação para população mais necessitada.
Em entrevista exclusiva para a FolhaBV, Boulos afirma que já foram inauguradas seis ‘Cozinhas Solidárias’ em todo o país, com a previsão de mais outros espaços em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Sergipe e Goiás. A primeira da região norte foi instalada em Boa Vista.
A prioridade para Roraima, segundo o ativista que é membro da Coordenação Nacional do MTST, é por conta do trabalho que já é desenvolvido no estado, além de outras características da região, como o impacto da migração venezuelana no estado.
“Decidimos dar uma prioridade por que a gente já tem um trabalho sendo feito há muitos anos aqui. Em Roraima, além da pandemia, além da crise econômica, tem o problema migratório que também faz com que muita gente fique a Deus dará. Por tudo isso, a gente decidiu dar uma prioridade e eu decidi vir até Boa Vista para fortalecer e dar visibilidade para a inauguração da Cozinha. Acho que é essencial, é uma questão humanitária levar pão a quem não tem”, afirma.
O espaço do ‘Cozinha Solidária’ fica localizado na Rua Dr. Luiz Brito Júnior, nº 709, no bairro Equatorial. O funcionamento é de segunda a sábado, das 12h até as 13h. O espaço do MTST foi adaptado para seguir as regras de segurança em saúde, com espaçamento para evitar aglomeração, afirma o professor.
“Qualquer pessoa que aparecer lá, da região, vai ter direito a comer. Vai ter um limite diário de refeições por que temos um limite financeiro. Não tem um real de recurso público, está funcionando por doações de pessoas pela plataforma virtual. Mas ontem serviu 270 almoços”, explicou.
O espaço do ‘Cozinha Solidária’ fica localizado na Rua Dr. Luiz Brito Júnior, nº 709, no bairro Equatorial (Foto: Divulgação)
INICIATIVA – A instalação de uma ‘Cozinha Solidária’ no estado, segundo Boulos, é um reflexo da falta de apoio dos governos para a população mais necessitada, inclusive com a diminuição do recurso do auxílio emergencial durante a pandemia.
“A gente vive hoje talvez a maior crise da nossa geração com a pandemia do coronavírus, com três mil mortes por dia. Mas além da pandemia, nós também vivemos uma pandemia de fome no Brasil. Estamos chegando a 20 milhões de pessoas que passam fome e não tem o que comer, justamente no tempo que as pessoas mais precisam, com desemprego em alta, com inflação de alimentos, o botijão de gás a R$ 100 reais. Justamente nesse momento o Bolsonaro corta o auxílio de R$ 600 e retorna com um valor que é insignificante, de R$ 250 reais”, declara.
O ativista também ressaltou que falta participação dos governos estaduais e municipais no atendimento à população mais carente. “Por essa razão, o movimento social decidiu adotar essa iniciativa já que o Governo Federal lava as mãos, já que a maior parte dos governos estaduais lava as mãos e a maior parte das prefeituras também lava as mãos. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto decidiu fazer o que o governo não está fazendo, decidiu dar exemplo’, finalizou.