Cotidiano

Alunos ainda não receberam uniformes

Apesar de o ano letivo já estar no segundo semestre, até hoje não chegaram os uniformes com chips para atender todos os alunos da Capital e zona rural

Editoria de Cidade

O chamado “uniforme inteligente”, que traz um chip para identificação do aluno, adquirido pela Prefeitura de Boa Vista, ainda não contemplou aos 32 mil alunos matriculados da rede municipal de ensino da cidade e da zona rural. O Processo Licitatório nº 0167/2013, da Secretaria Municipal de Educação (Smec), em dezembro, dividiu os custos em lotes em mais R$ 8 milhões. Uma empresa especializada foi contratada para fornecimento de uniformes com a instalação de chips eletrônicos por identificação por rádio frequência (RFID).

Alunos matriculados em instituições de ensino particulares conveniadas com a Prefeitura possuem o mesmo direito de receber. A diretora de uma dessas escolas chegou a falar para os pais, no início do ano letivo, que antes do final do primeiro semestre os kits seriam entregues aos alunos incluídos no convênio, porém esse fato não ocorreu.

Em março deste ano, a Prefeitura entregou 372 kits na Escola Izete Evangelista, no bairro Asa Branca, zona Oeste. Porém, o sistema de reconhecimento do dispositivo demorou mais de um mês para ser instalado. O kit é composto por cinco peças, entre duas camisetas tipo pólo, uma camiseta sem manga, uma bermuda e uma calça. Os três lotes foram a favor da empresa DaCosta & Chiara Assessoria Tecnologia Ltda.

De acordo com a mãe de um aluno, na Escola Izete Evangelista o chip funcionou por algumas vezes. “A Prefeitura colocou essa farda com chip e disseram que seria uma segurança para nós, pais, e que as informações de entrada e saída das crianças seriam enviadas para nosso celular”, comentou.

Ela afirmou que desde o início do segundo semestre o sistema parou de funcionar. “Já que colocaram e disseram que iria funcionar, tivemos que assinar uma autorização para cadastrar um telefone para isso. Só fizeram gastar dinheiro à toa”, destacou. A mãe falou ainda sobre a promessa de no kit haver a inclusão de tênis e meias, mas os produtos não foram entregues.  “Até hoje meu filho nunca recebeu”.

O vereador Edilberto Veras afirmou que a situação acontece em várias escolas da Capital. “Há uns seis meses que ando pelas escolas. O ex-secretário falou que todos os alunos receberiam”, disse ao complementar, que durante a prestação de contas pela secretária municipal de Educação, Lucivane Lima de Freitas, na Câmara dos Vereadores, ele questionou sobre a conclusão da entrega, mas ela teria alegado problemas com a operadora do chip eletrônico. “Eu vou continuar cobrando”, ressaltou.

INVESTIMENTOS – O primeiro lote custou R$ 4.005.050,00. O segundo ficou orçado em R$ 1.650.000,00. O terceiro lote teve o valor de R$ 3.150.000,00, perfazendo um total de R$8.805.050,00 em fardamentos escolares com tecnologia.

 Uma segunda remessa foi entregue em maio, mas apenas as escolas Vovó Clara, no bairro Cauamé, e Estrelinha Mágica, no bairro Silvio Leite, ambos na zona Oeste, receberam. De acordo com uma funcionária de uma unidade de ensino, que preferiu não se identificar, até o momento, não há previsão para contemplação total dos alunos. “É só promessa. Enquanto isso, os alunos usam a farda do ano passado ou têm que comprar”, afirmou.

PREFEITURA – A Folha entrou em contato com a Secretaria Municipal de Comunicação (Semuc) para questionar o atraso e o motivo que levou a não beneficiar todos os alunos com o “uniforme inteligente”, mas nenhuma resposta foi enviada até o fechamento da matéria, às 18h de ontem. (Y.G)