Cotidiano

Indígenas macuxi e wapichana plantam mais de 28 hectares de milho

Recentemente eles iniciaram a correção do solo com o calcário agrícola fornecido pelo Governo de Roraima

Um grupo de índios das comunidades Ponta da Serra e Nova União estão plantando 28 hectares de milho, envolvendo a mão de obra de 20 índios das etnias Macuxi e Wapichana. Recentemente eles iniciaram a correção do solo com o calcário agrícola fornecido pelo Governo de Roraima.

O projeto de produção de grãos em terras indígenas é executado pela Secretaria do Índio e já tem mais de 800 hectares de terras recebendo calcário agrícola para o plantio de milho e feijão. Atente nove municípios (Alto Alegre, Amajari, Pacaraima, Uiramutã, Normandia, Bonfim, Cantá, Boa Vista e São João da Baliza), contemplando 51 polos.

“É um sonho que eu tinha de ser realizado. Hoje estamos tendo a oportunidade de plantar milho em nossas comunidades e tenho certeza de que vai dar certo”. A declaração do tuxaua Pedro Henrique, da comunidade Ponta da Serra, município de Amajari, marca o início de uma nova fase para os povos indígenas de Roraima.

Cada polo é composto por grupos de trabalho com no mínimo 10 famílias. A meta do projeto é expandir a área plantada para 1.500 hectares, com plantio de milho – para garantir as demais produções, como a alimentação de suínos e outros animais – e feijão, que é para o consumo e o excedente comercializado. Para isso, o Governo terá em estoque mais três mil toneladas de calcário agrícola.

“Fomentar a agricultura indígena com geração de renda faz parte do meu plano de Governo. Estamos trabalhando para garantir a segurança alimentar das populações indígenas e também a geração de renda, uma vez que o excedente pode ser comercializado e garantir recursos para investimento no próximo plantio”, detalhou.

No projeto, cabe ao Governo de Roraima a assistência técnica para o plantio dos grãos, implementos agrícolas e insumos (sementes, por exemplo) e o maquinário para o preparo da terra. O projeto é coordenado pela Secretaria do Índio.

Cada polo pode ter entre 10 a 40 hectares e grupos de 10 famílias, no mínimo (Foto: Divulgação) 

Para o secretário do Índio, Marcelo Pereira, a iniciativa do Governo tem a intenção de promover a geração de renda para os povos indígenas, que agora passam a plantar e serem autossustentáveis. “É um projeto de grande relevância social, importante para as comunidades indígenas, que conta com importante apoio do Governo de Roraima”, afirmou.

“Levar a agricultura para dentro das comunidades indígenas é um grande avanço. Pela primeira vez estamos recebendo apoio do Governo com a assistência técnica no preparo da terra e plantio mecanizado e isso vai garantir grãos para as nossas criações, como também vender o excedente e gerar economia para as nossas comunidades”, relatou o tuxaua Pedro Henrique.

O indígena e tratorista Fernando Mota, da comunidade Vista Alegre, na zona rural de Boa Vista considera o projeto do Governo de grande relevância, uma vez que contribui para a geração de renda das comunidades. “Temos muitos jovens nas comunidades indígenas. Com esse projeto, eles vão trabalhar, aprender uma profissão e garantir o sustento das comunidades”, enfatizou.

COMO FUNCIONA

Cada polo pode ter entre 10 a 40 hectares e grupos de 10 famílias, no mínimo. Para ser contemplada pelo projeto, a comunidade precisa da anuência da Funai (Fundação Nacional do Índio), a definição da área a ser trabalhada para o plantio, além do cercado, para proteger a plantação de animais.