Conhecido como Boi Gordo no mercado financeiro, a commodity que representa a valorização da proteína animal ao longo do tempo vem se destacando nos últimos meses com uma movimentação de alta muito forte. O próprio preço da carne no ponto de venda dos supermercados tem refletido esse estouro de valorização.
Mas esse cenário já era esperado desde o começo do ano com o estouro da epidemia de peste suína africana na China, que dizimou o rebanho do país que segue com muita dificuldade para se recuperar dessa crise setorial.
Mas como uma epidemia na China pode afetar o preço da nossa carne aqui? E o mais importante, como pode mexer com as nossas ações na Bolsa de Valores do setor de proteína animal? Muito simples, sem essa oferta doméstica, a China recorreu à importação dos maiores produtores desta commodity.
O Brasil que é referência mundial nesta área, recebeu um fluxo de pedido por parte da China tão grande que a oferta não foi suficiente para manter o preço dentro do equilíbrio de mercado, causando assim, um estouro no preço da proteína que, no ano, já sobe mais de 16%.
Esperava uma alta maior? As maiores empresas listadas na Bolsa de Valores que comercializam esse produto subiram ainda mais que isso, a JBS por exemplo, só em 2021 já sobe mais de 47% com essa expectativa de faturamento cada vez maior motivado pela forte demanda da China que segue sem previsão próxima para recuperar seus rebanhos.
A projeção é que até o final do ano o setor siga em forte aceleração exportando cada vez mais, o que fica a dúvida é quando alcançaremos um equilíbrio de oferta para suprir também a demanda local por proteína e baratear o preço da carne no ponto de venda para o povo brasileiro.
Até lá, ações como JBSS3, MRFG3 e BEEF3 (maiores do setor) devem refletir perfeitamente essa expectativa de crescimento e aumento de vendas como já tem feito. JBSS3 desde novembro de 2020 vem subindo cerca de 80% enquanto Marfrig (MRFG3) somente de fevereiro até hoje chegou a subir aproximadamente 60%.
O próprio preço da carne no ponto de venda dos supermercados tem refletido esse estouro de valorização