Cotidiano

Sem recurso, obra de residencial paralisa

Conforme denúncia de mutuários, obra de unidades habitacionais parou com 80% dos serviços concluídos

Mutuários da Caixa procuraram a Folha para denunciar que a empresa responsável pela construção do Residencial Rio Branco, no bairro Doutor Airton Rocha, no trecho sul da BR-174, depois do Conjunto Pérola, paralisou as obras há mais de 20 dias. Segundo os denunciantes, o problema seria em função da falta das transferências de recursos da Caixa para a empresa.

Conforme afirmou o servidor público Marcos Oliveira, representante do grupo de 33 pessoas que estão envolvidas no projeto das unidades habitacionais, disse que todas as famílias tiveram a análise de crédito aprovada pela Caixa já tiveram seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) sacado para entrada da obra e tiveram despesas com taxas de cartório, Imposto de Transmissão de Bens Imóveis Inter-Vivos (ITBI), entre outras taxas.  

“A empresa contratada pela Caixa tem feito sua parte e a obra está evoluída em torno de 80%, faltando apenas colocar louças e pias, mas se nega a continuar a obra devido à falta de repasse dos recursos devidos pela Caixa”, frisou o representante dos mutuários.

Oliveira ressaltou que uma comissão de mutuários já participou de três reuniões com gerentes e superintendentes da Caixa em menos de duas semanas, mas que nada foi resolvido até o momento. “Foram três reuniões, duas com o gerente regional e uma com o superintendente. O que nos disseram é que teria um problema no sistema onde estes contratos são lançados. Em função disso, eles não conseguem evoluir e que existe muitos erros”, comentou. “O superintendente disse que em três dias estaria resolvido o problema e que o dinheiro estaria na conta da empresa, mas não foi isso que aconteceu. Precisamos de uma resposta convincente e precisa, e não essa enganação de que é erro do sistema”.

A demora em dar resposta tem irritado os mutuários que alegam prejuízo pela paralisação dos trabalhos por serem, em sua grande maioria, moradores de aluguel e estão alegando pagar duas vezes por uma moradia. “Estamos pagando o imóvel da Caixa e pagando o aluguel”, afirmou. “Queremos mais transparência e que a Caixa coloque na mesa o que está acontecendo”.

Pelo contrato dos primeiros mutuários, a previsão de entrega das casas seria neste mês e as últimas das 33 unidades com previsão de entrega para julho. “Mas sem receber da Caixa, a empresa se nega a seguir com a obra e isso vai atrasar a entrega das casas. Queremos que a Caixa resolva essa questão financeira e a empresa termine a obra e entregue as casas”, frisou.

EMPRESA – A Folha tentou contato telefônico com a empresa através do número repassado pelo mutuário, mas as ligações não foram atendidas. 

CAIXA – Com relação ao Residencial Rio Branco, a Caixa Econômica Federal informa que se reuniu com a empresa e os mutuários do empreendimento para prestar todos os esclarecimentos. O banco ressaltou que a “equipe técnica está empenhada na solução tempestiva dessa obra”. (RR)