Mais uma vez o COPOM (Comitê de Política Monetária) aumentou em 0,75 pontos percentuais a taxa básica de juros SELIC levando-a para 3,5% a.a. refletindo a preocupação com a desvalorização da moeda por causa dos frequentes aumentos da inflação.
Essa notícia influencia diretamente na nossa economia e no ciclo de mercado que estamos vendo hoje, afetando setores que por pouco tempo viram seu futuro brilhar diante de seus olhos acreditando que passaríamos por mais tempo com Selic a 2%a.a.
O setor mais afetado foi o de varejo, grandes empresas como Magazine Luiza e via varejo vem de semanas de quedas consecutivas e conforme os aumentos da taxa de juros continuam elas seguem em forte queda.
O crédito é encarecido cada vez mais que a Selic aumenta, logo, a projeção é que vejamos um mercado cada vez mais retraído sem incentivos de consumir bens, prejudicando as vendas e consequentemente o faturamento e lucro dessas gigantes do comércio.
As construtoras também não ficaram de fora dessa, JHSF, Helbor e Tecnisa já vem de um bom tempo sofrendo com a projeção de novas altas dos juros, dado que essa medida do banco central deve também encarecer financiamentos para construção civil e aquisição de casas prontas.
Tudo isso acaba sendo um efeito em cadeia que gira em torno do custo do dinheiro, ou seja, do fornecimento de crédito ao consumidor final, e quando falamos em crédito logo pensamos nos bancos, o elo principal para os demais setores da economia.
Os bancos por outro lado seguem mistos, mas comparados aos setores mencionados acima estão muito melhores, os principais destaques acabam sendo para as fintechs que decolaram nas últimas semanas como Banco Inter e BTG Pactual, mas ainda assim conseguimos ver uma robustez nas movimentações dos grandes bancos como Bradesco e Itaú podendo ainda dar boas oportunidades para o médio prazo com a contínua alta dos juros.