Política

Gestantes, puérperas e lactantes podem ser incluídas em grupo de vacinação

As gestantes, puérperas e lactantes poderão ser consideradas grupo de prioridade na imunização contra a covid-19, no programa de vacinação contra a doença em Roraima. O projeto de lei que pede a inclusão dessas mulheres, de autoria da deputada Catarina Guerra (SD), está em tramitação na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).

Atualmente, a vacinação só é possível para gestantes e puérperas com comorbidades. Já a proposta da deputada quer incluir essas parcelas das mulheres no grupo prioritário, mesmo sem doenças, por conta do grau de letalidade do covid-19 para as gestantes, além do risco de complicações na gravidez, parto prematuro, aborto, óbito materno e infantil.

O projeto leva em consideração o alerta da Organização das Nações Unidas (ONU) e estudo publicado no periódico médico International Journal of Gynecology and Obstetrics, onde aponta que 124 mulheres gestantes e puérperas morreram por covid-19 no Brasil desde o início da pandemia até 18 de junho de 2020.

O número corresponde a 77% das mortes de gestantes e puérperas por covid no mundo, ou seja, morreram mais mulheres grávidas ou no pós-parto no Brasil do que em todos os outros países.

Com relação às lactantes, a justificativa para inclusão é relacionada a possibilidade de que o leite materno garante um certo grau de proteção aos bebês menores de dois anos.

“As gestantes e as puérperas, elas incidem no maior grupo de risco em razão do quadro inflamatório que a gestação ocorre. A partir do segundo trimestre de gestação, é comprovado que elas podem sim ter esse maior risco de óbito. Se elas tiverem o direito de serem vacinadas, a gente vai poder reduzir esse número. É por isso que essa lei foi protocolada, para que a gente possa incluir as gestantes, puérperas e lactantes no grupo de prioridade de vacinação”, disse a deputada.

Catarina lembrou ainda os casos de recém-nascidos que perderam as mães por conta da doença no estado. “Para que outras mães, outras famílias, não possam sentir essa dor, a gente pede que essas mulheres possam ser incluídas no grupo de prioridades”, complementou.