Cotidiano

“Não quero mais voltar para o crime”, diz mulher ao pedir ajuda

Após ter passado quatro meses cumprindo pena na Cadeia Pública Feminina, Sandra Maria Lima, de 50 anos, hoje vive uma realidade de pobreza com os seis netos.

Em uma casa de apenas um cômodo, e sem água encanada, Sandra que está cumprindo prisão domiciliar, e é monitorada por uma tornozeleira eletrônica, divide espaço com as seis crianças que estão sob sua responsabilidade, após a prisão dos três filhos.

“Eu prometi para mim mesma que nunca mais ia fazer nada errado e que me faça voltar para aquele lugar, e ficar longe dos meus netinhos, mesmo que aqui eu esteja passando momentos até mais difíceis do que dentro da cadeia”, contou.


Sandra ainda cuida de um tio que está doente (Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)

Sandra está com pendências na conta de água, que se acumularam após ter sido presa, e hoje não tem condições de pagar. “Eu tenho que parcelar a minha dívida para poder ter água novamente. Hoje preciso encher um balde na casa da vizinha para poder fazer as coisas do dia-a-dia, nunca pensei que pudesse passar por tanta dificuldade com minha família”, acrescentou.

Com renda de apenas R$ 200,00 por mês a mulher disse que conta com a ajuda de amigos para não passar fome.

Com lágrimas nos olhos, Sandra disse que não tem vergonha de pedir ajuda. “Eu estou pedindo que as pessoas acreditem em mim, e me ajudem. Não tenho vergonha. Hoje sei que é melhor pedir do que fazer coisa errada. Qualquer ajuda é bem vinda”, disse.

Além de todas as dificuldades com as crianças, Sandra ainda cuida de um tio doente que mora em um quarto construído no mesmo terreno de sua casa.

“Como ele precisa de ajuda para comer, tomar banho, e fazer as necessidades, nós é que ajudamos. Mas sem água a situação dele tem sido agravada, pois não temos como dar banho nele, inclusive faz alguns dias que ele não toma banho”, relatou.

Sandra cita ainda o preconceito das pessoas por estar cumprindo pena. “As pessoas me apontam o dedo, chamando de traficante, de presa, mas não entendem que qualquer pessoa poder cometer erros, e hoje eu decidi que vou mudar o rumo da minha história e preciso de confiança”, acrescentou.

Quem quiser ajudar a família de Sandra, pode entrar em contato pelo telefone (95) 99146-0880.