A depressão será a doença mais comum do mundo em 2030, segundo previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em todo o mundo, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofrem deste mal. Os dados são alarmantes, em especial no Brasil, país que tem o maior número de pessoas depressivas na América Latina, com um total de 5,8% da população – nas Américas, ele fica atrás apenas dos Estados Unidos.
Pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) em 11 países mostrou que o Brasil lidera o ranking de casos de depressão (59%) e ansiedade (63%) durante a pandemia. Não tem sido fácil para a população cuidar da saúde física e mental em meio a um cenário tão desolador, sem poder sair de casa para curtir momentos de lazer e sem ter a perspectiva de voltar à vida normal.
Geralmente, a depressão e a ansiedade são tratadas com psicoterapia e medicamentos antidepressivos, receitados por um psiquiatra para os casos de média e alta complexidade. É preciso ressaltar que esses transtornos mentais não têm cura. Por isso, os pesquisadores seguem buscando melhores tratamentos para as pessoas que são acometidas por essas doenças.
Uma pesquisa animadora foi publicada na revista americana Molecular Biology no mês passado. Os resultados comprovam a importância da atividade física regular contra a depressão, podendo ser indicada por médicos como terapia para tratar a doença. Para algumas pessoas, praticar exercícios funciona tão bem quanto os antidepressivos, embora o exercício por si só não seja suficiente para alguém com depressão severa.
A prática de atividade física acarreta em vários benefícios para o organismo: protege contra doenças cardíacas e diabetes, melhora o sono e reduz a pressão arterial. Quando praticado em alta intensidade, o exercício libera endorfina, substância que dá a sensação de bem-estar. Mas a pesquisa revela que 15 minutos de exercícios diários já bastam para surtir efeitos positivos contra a depressão – o importante é que a prática se dê regularmente.
Em pessoas deprimidas, a prática regular de atividade física pode aumentar o crescimento das células nervosas no hipocampo, melhorando as conexões e aliviando a depressão. Além disso, pode diminuir a oxidação e inflamação das células cerebrais, que aumentam durante o aparecimento da doença. Lembre-se de ter o acompanhamento de um profissional da faculdade de educação física para não extrapolar nos exercícios.
O importante é dar o primeiro passo. Comece com cinco minutos por dia de caminhada ou outra atividade de que você goste. Pouco a pouco, aumente para dez; depois, para 15, e assim por diante. O ciclo da depressão é difícil de quebrar, mas se levantar e se mexer um pouco vai ajudar.