Femarh libera a usina de Monte Cristo

A Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) liberou, ontem, a licença ambiental para que a Eletrobras Distribuição Roraima prossiga com o trabalho de funcionamento da usina termoelétrica de Monte Cristo, na zona rural de Boa Vista, trecho norte da BR-174. A usina tem capacidade de geração de 97 MW.

Segundo o gerente do Departamento de Operação, Manutenção e Geração da Eletrobras, Jocely Ferreira Lima, o próximo passo é solicitar autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o licenciamento para operação comercial. “O pedido já foi encaminhado para a Aneel e, no máximo em até cinco dias, depois de recebido o documento, acredito que até sábado ou domingo já entre em operação”, disse.

Quanto às outras duas usinas, ele informou que a do Distrito Industrial, zona Sul da Capital, de 20 megas, está operando desde a semana passada, e a usina de Novo Paraíso, no Município de Caracaraí, Centro-Sul do Estado, com capacidade de 12 megas, também já está em operação. “Já foram feitos os testes e desde a terça-feira que a usina de Novo Paraíso também já está em operação no sistema com fornecimento de 5 megas. Com essa potência, está melhorando o nível de tensão que vai de Boa Vista até Rorainópolis [Município no Sul do Estado] e a população já sente que a qualidade de energia melhorou”, disse.

“Com a entrada de geração da usina de Monte Cristo, concluímos o que determinou o Ministério de Minas e Energia, que era a contratação suficiente de energia. Teremos autonomia no suprimento de energia”, frisou ao ressaltar que as usinas foram construídas para complementar a energia vinda do sistema de Guri, na Venezuela. “Vamos continuar utilizando a energia da Venezuela. Mas, caso aconteça algo no suprimento da Venezuela, como diminuição do fornecimento, temos capacidade suficiente até o primeiro semestre de 2017”.

SEM AUMENTO – Jocely Ferreira afirmou que, embora a Eletrobras Distribuição Roraima tenha altos custos em produzir a energia termelétrica, os consumidores roraimenses não vão ter aumento na tarifa de energia por conta das usinas, assim como está acontecendo em boa parte do país.  

“O consumidor de Roraima pode ficar tranquilo que a tarifa não vai aumentar por conta da instalação das termelétricas. A tarifa só sofre revisões tarifarias no mês de novembro de cada ano, sempre autorizada pela Aneel. Mas, se houver reajuste, não tem nada a ver com as instalações das usinas termelétricas, como acontece nos estados que são interligados ao Sistema Nacional, o que não é o caso de Boa Vista, Manaus [AM] e Macapá [AP]”, frisou. (R.R)

Viveiro de mudas vai ajudar a compensar emissão de poluentes

O diretor de Recursos Hídricos da Femarh, Rogério Martins, informou que, entre os critérios para liberar a licença ambiental para o funcionamento da termelétrica, está a instalação de um viveiro de mudas de aproximadamente dois hectares ao lado da usina de Monte Cristo.   

“Entre os acordos estabelecidos para a liberação da licença, além de atender a todos os critérios técnicos e ambientais, estava a construção de um viveiro de mudas de plantas nativas e frutíferas que atendessem à demanda da emissão de gases poluentes da usina. Isso já está sendo construído pela Eletrobras em parceria com a empresa contratada e será acompanhado pelos técnicos da Femarh”, disse.

Segundo Martins, quando pronto, o viveiro terá a produção de um milhão de mudas por ano e também deverá atender a agricultura familiar com mudas de plantas frutíferas diversas, entre elas laranja, buriti e açaí, dentre outras.

“Essa diversificação de variedades de mudas de frutas vai depender do movimento que vamos fazer e da região que queremos atingir”, afirmou, ao ressaltar que o viveiro servirá também para a recuperação da mata nativa. Todo o processo terá irrigação automatizada e acompanhamento técnico da Femarh, além do trabalho de entrega das mudas e monitoramento do viveiro. (R.R)