Cotidiano

Testes vão começar na próxima terça-feira

Com a liberação, Estado passará a produzir energia elétrica com a capacidade de atender a Capital e mais nove municípios

A Eletrobras Distribuição Roraima anunciou que a Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou o início dos testes da Usina de Monte Cristo, localizada na zona rural da Capital, no trecho norte da BR-174. Com capacidade para produzir 97 megawatts de energia, a unidade é considerada a maior do Estado. Na manhã de ontem, a distribuidora se reuniu com representantes da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Companhia Energética de Roraima (CERR), empresa Oliveira Energia e a governadora Suely Campos (PP) para apresentar o modelo estrutural do novo empreendimento.

“A partir dessa apresentação, nós já estamos programando alguns testes, com previsão para a próxima semana. A Femarh emitiu a licença de operação esta semana, a Aneel nos deu o aval de autorização na quarta-feira e a Eletronorte ficou de dar posicionamento para iniciarmos as operações da usina. Todos os ajustes finais foram realizados e ela passa a ser a usina de maior representatividade do sistema isolado daqui de Roraima”, afirmou o diretor presidente da Eletrobras, Rodrigo Moreira.

Com a unidade, Roraima passará a ter uma produção energética de mais 180 megawatts. Além desta usina, o Estado dispõe da cobertura das unidades Floresta, com capacidade para 40 megawatts, Distrito Industrial 1 e 2, que geram 20 megawatts cada, e Novo Paraíso, que produz 12 megawatts. Com exceção da última, as demais estão localizadas dentro da capital.      

“Com essa unidade, nós conseguimos, enfim, atingir a nossa média de 180 megawatts de potência, suficiente para atender toda a cidade de Boa Vista e os outros nove municípios interligados pela Eletrobras, além dos novos municípios que o Governo do Estado está interligando com obras da CERR. Temos a previsão de que em 60 dias São João da Baliza também passe a integrar o sistema. Com isso, Roraima passa a ter a garantia de fornecimento para atender a população”, ressaltou Moreira.

INVESTIMENTO – Localizada na região do Monte Cristo, a usina de Monte Cristo ocupa uma área de seis hectares. Sob responsabilidade da empresa Oliveira Energia, a unidade é formada por uma plataforma, seis tanques com capacidade total de 6,3 milhões de combustíveis, cinco transformadores, dois galpões e uma subestação. Estão sendo gerados, em média, 90 empregos diretos e 150 indiretos. O valor de investimento aplicado na obra foi de R$ 233,3 milhões.

“É um marco importante para a comunidade, porque efetivamente essa usina faz com que o Estado não fique dependente da energia da Venezuela, dando uma autossuficiência de geração, além do fato dessa usina ter 34 unidades em seu sistema de gerenciamento de carga, garantindo uma qualidade de energia para a população”, destacou o diretor técnico da Oliveira Energia, Pedro Paulo Farias.

SOLUÇÕES – Durante o encontro, Rodrigo Moreira falou da situação de crise enfrentada pela Venezuela em relação à produção energética. Para ele, a interligação do Estado com o sistema nacional é a única solução para livrar Roraima dos problemas energéticos.

“Vale destacar que essa é uma solução paliativa, que foi efetivamente necessária, tendo em vista a gradativa evolução dos problemas na Venezuela e o atraso na interligação com o sistema nacional. A ligação com o linhão de Tucuruí é a solução para os problemas energéticos, além da construção de possíveis hidrelétricas no Estado. Nós tivemos, recentemente, discussões em audiências públicas sobre viabilidades de construção de usinas deste porte e também as fontes limpas, como a implantação do modelo eólica e solar. Essas são soluções estruturantes que fará com que Roraima não dependa mais da Venezuela”, disse.
GOVERNO – Presente à apresentação, a governadora Suely Campos elogiou o trabalho desempenhado pelas equipes da empresa energética. Para ela, a operacionalização da unidade faz com que o Estado se fortaleça na questão energética no Estado.

“Essa unidade é uma base espetacular de produção energética, e ela vem justamente para reforçar o que o linhão de Guri já não consegue mais nos fornecer. Quando essa usina estiver em pleno funcionamento, nós teremos, enfim, um acréscimo de qualidade na energia que é fornecida à população, dando maior segurança não só para a Capital, bem como para as linhas interligadas no interior, minimizando assim os problemas das oscilações e interrupções de energia”, disse.

A governadora destacou o empenho do Executivo nas análises de projetos para a implantação de energia alternativa para o Estado. “Essa medida também será benéfica em médio prazo, porque nós temos a vontade de interligar o Estado ao sistema nacional, por meio do linhão de Tucuruí. Essa linha encontra-se presente em Manaus e nós estamos negociando a inclusão de Roraima nesse sistema. Além disso, o governo está estudando projetos que viabilizem a implantação de outras formas de energias limpas. Essas modalidades são um pouco elevadas, mas são bem mais eficientes e não causa tantos danos ao meio ambiente. É um desejo nosso e esperamos aos poucos tornar essas iniciativas uma realidade no Estado”, frisou. (M.L)