Neste sábado, 5 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, quando mobilizações relacionadas a ações voltadas para a sustentabilidade ambiental, como plantio de árvores e distribuição de mudas; limpeza de mananciais; entre outras, que visam melhorar o ambiente nas cidades, e assim deixá-las melhores para as populações, são desencadeadas por instituições e organizações em geral. Mas a UERR (Universidade Estadual de Roraima) procura desenvolver um trabalho constante na área de sustentabilidade ambiental e não apenas se concentrar em um dia pré-estabelecido.
O Labtema (Laboratório de Turismo e Pesquisa, Ecologia e Meio Ambiente) da Universidade promove um trabalho permanente de valorização dos recursos naturais e respeito à natureza. Para isso, atividades são desenvolvidas por pesquisadores da instituição, que atuam em diferentes projetos ambientais com todas as cadeias dos agroecossistemas, roças, extrativismo vegetal focados em Pancs (Plantas Comestíveis Não Convencionais), etnobotânica e compreensão de plantas medicinais.
Uma das principais iniciativas é o desenvolvimento do Programa de Fortalecimento dos Sistemas Produtivos Pesqueiros Artesanais do Baixo Rio Branco, no sul do Estado, que atende às comunidades de Sacaí e Terra Preta, além da sede do município de Caracaraí. Isso porque as atividades realizadas a essas localidades, aliadas ao saber dos ribeirinhos, contribuem diretamente para a preservação do meio ambiente, segundo explicou o coordenador do projeto, o professor doutor Thiago José Costa Alves. “O projeto tem uma grande importância porque consegue comprovar que as estruturas de conservação alinhadas às vidas das pessoas que moram no Baixo Rio Branco estão diretamente relacionadas a um processo de preservação muito efetivo. Eles só conseguem sobreviver visualizando a preservação das áreas que se mantêm intocadas, o que dá a eles uma grande diversidade alimentar e de vida mesmo”, destacou.
PROGRAMA – A proposta do Programa de Fortalecimento dos Sistemas Produtivos Pesqueiros Artesanais do Baixo Rio Branco é firmar uma estratégia de diagnóstico e promover a reflexão, a fim de avançar na valorização do pescado proveniente da região, além de estimular o diálogo entre o poder público e as comunidades e mediar o processo de acesso às políticas sociais e previdenciárias para aquelas populações que atuam em harmonia com a conservação ambiental.
Segundo o coordenador do projeto, professor Thiago José Costa Alves, o trabalho existe desde 2011. “Começamos a trabalhar com as comunidades de Santa Maria do Boiaçú, Santa Maria Velha, Terra Preta, Sacaí, Lago Grande, Canauanim e Cachoeirinha. E, em 2013, visitamos pela primeira vez Caicubi. Então, de 2011 a 2020 esses foram os nossos principais locais de estudos relacionados a sistemas pesqueiros”, relembrou.
Ainda conforme ele, o processo de maturação da investigação levou os pesquisadores a perceber a existência de um processo de reprodução social e de vida totalmente diferente da cidade, despertando o desejo de dar continuidade aos estudos sobre as comunidades. “Contamos mais de 20 expedições durante esse tempo, sempre levando alunos e professores de outros cursos”, salientou.
CURRÍCULO – Thiago é doutor em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia pela Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e mestre em Turismo pela UCS (Universidade de Caxias do Sul). Os interessados em saber mais sobre os projetos desenvolvidos pelo Labtema podem acessar a página uerr.edu.br/labtema.