O Produto Interno Bruto (PIB) de Roraima vem crescendo na última década, indo inclusive de encontro à média nacional, principalmente por conta da influência do setor de serviços. Embora com pouca participação, a área da agricultura também contribuiu para o aumento dos bens e serviços no estado.
A análise é do economista e doutor em Relações Internacionais, Haroldo Amoras, em entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM neste domingo, 06. Ele explica que na região norte, são três estados que são essencialmente produtores de serviço: Roraima, Amapá e o Acre.
“Os produtores de serviço: basicamente, o comércio, a administração pública e a intermediação financeira. No caso desses três estados, quem determina esse crescimento é o setor de serviços. Em Roraima, o setor da administração pública, da economia do contra-cheque, representa em torno de 46% desse total. Essa participação vem caindo ao longo dos anos por que na época de território federal nós tínhamos uma participação que era de 60%”, afirma.
O PIB estadual é completo pelo comércio e demais serviços, explica Amoras, com a agricultura representando cerca de 5% e a indústria com cerca de 10%. No entanto, o economista reforça que há uma diferença na avaliação feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a agricultura e o agronegócio.
“Há estudos que dizem que o agronegócio colabora com 20% do PIB e o IBGE registra 5%. São metodologias diferentes. O IBGE só considera as atividades economias essencialmente agrícolas e pecuárias extrativistas, ou seja, aquelas ligadas diretamente à exploração do solo. O arroz em casca é agrícola, mas todos os outros derivados não são mais computados no setor primário, classificados como um setor industrial por conta da sua transformação”, completou.
O economista reforça que embora seja muito lenta, já se observa uma transformação positiva do setor agrícola no PIB de Roraima, com um crescimento considerável ao longo dos últimos anos.
A informação é que em 2010, o setor representava 2,24%. Em 2018, o percentual é de 4,79%, com expectativa de chegar até mais do que 5% no final deste ano ou ao fim de 2022. “É uma participação lenta, mais persistente. Diferente da indústria que estagnou e, em alguns casos, até regrediu”, avaliou.
Confira a entrevista na íntegra: