Encerra no dia 1º de julho o prazo para os proprietários de veículos trocarem os extintores automotivos do tipo BC pelo ABC. A fiscalização para verificar se os condutores estão cumprindo a nova regra deveria ter iniciado no mês de janeiro e já foi adiada por duas vezes pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), pois os consumidores reclamavam da falta do item no comércio. Em Roraima, empresas especializadas na venda do produto afirmam que houve queda nas vendas desde o início da exigência.
Em uma empresa localizada no bairro Mecejana, zona Oeste, os novos extintores automotivos ainda estão em falta. O vendedor Vitor Saraiva informou que o produto demora cerca de um mês para chegar. “Antes, o período de espera era maior, mas, com o passar dos meses, muitas pessoas adquiriram o novo modelo e a procura nestes últimos meses reduziu”, disse.
Apesar da redução nas vendas, Saraiva destacou que o estoque zera em menos de uma semana. “Nós vendemos cerca de 30 extintores por semana. O estoque é renovado a cada duas semanas, contando com o tempo de espera pela chegada do novo lote. Acredito que, quando todos se adequarem à nova lei, não iremos mais enfrentar este problema”, observou.
O vendedor frisou ainda, que o item está em falta devido ao preço cobrado no estabelecimento. “Nós somos uma das empresas que vendem mais barato na cidade. Nosso produto custa R$ 80,00, enquanto em outros locais chega a custar mais que o dobro. Muitos clientes deixam o número para que nós entremos em contato quando tivermos disponibilidade do produto”.
Em outra loja de extintores, no bairro 13 de setembro, zona Sul, o atendente José Zanella informou que mantêm um estoque razoável. “Essa prorrogação não foi tão necessária. Temos o produto para pronta entrega desde o final da segunda prorrogação, no dia 1º de abril”.
Zanella destacou também que o faturamento reduziu desde o início do ano. “Em maio vendemos cerca de 200 unidades. Nos meses de janeiro e dezembro, quando a nova norma entrou em vigor, chegamos a vender 500 unidades em três dias”, disse.
Conforme o atendente, neste mesmo período a empresa sofreu com a falta do produto junto ao fabricante em São Paulo. “Existem apenas três fábricas de extintores que funcionam no Brasil, todas concentradas em São Paulo. Elas atendem todos os estabelecimentos do ramo no país”, explicou.
Corpo de Bombeiros lança manual com protocolos de atendimento à PCDs em RR
O protocolo será ativado assim que o atendimento pelo 193 ou pelo 190 identificar a deficiência do solicitante ou do paciente
PL prevê proibição da divulgação de jogos ilegais e multa de até R$ 1 milhão em Boa Vista
Empreendimentos também poderão estar sujeitos a penas de cassação de licenças de funcionamento, em caso de reincidência, e ter as atividades suspensas por até 180 dias
Zanella adiantou que nos próximos meses o problema de fornecimento será solucionado, pois uma nova fábrica será inaugurada em Manaus, no Amazonas. “Esse novo fabricante irá atender os estados da região Norte. A nova medida irá inclusive reduzir o preço do produto para o consumidor final”.
PRAZOS – Os motoristas deveriam ter se adequado à exigência inicialmente até janeiro, mas o prazo foi prorrogado até o dia 1º de abril e novamente até o dia 1° de julho, por conta da dificuldade de se encontrar o item de segurança. Após o vencimento deste último prazo, condutores que não cumprirem a determinação estarão sujeitos ao pagamento de multa no valor de R$ 127,69 e acréscimo de cinco pontos na Carteira de Habilitação.
VALIDADE – Esse novo equipamento não pode ser recarregado, porém, tem validade maior de até cinco anos. Ele substitui os equipamentos com três anos de validade.
Conforme dados do Denatran, o novo padrão foi escolhido porque 90% dos incêndios que se iniciam no compartimento do motor (classes B e C) passam para o painel, o carpete e o estofamento (classe A), onde estão os passageiros do veículo. Equipamentos do tipo BC servem apenas para eliminar chamas causadas por líquidos inflamáveis (gasolina, óleo diesel, querosene) e equipamentos elétricos (bateria, fiação).
A lei que exige o uso do novo extintor foi aprovada em novembro de 2009, visando aumentar a segurança nos veículos produzidos antes de 2010, que contavam com a modalidade BC. Foi dado o prazo de pouco mais de cinco anos para que as montadoras e os motoristas se adequassem à nova regra.
Os modelos de carros, fabricados a partir de 2010, já são vendidos com o extintor com carga ABC. Esses extintores têm a capacidade de combater três tipos de incêndios. A modalidade “A” combate incêndio em materiais sólidos, a “B” em líquidos inflamáveis e a “C” em circuitos elétricos. (I.S)
