Cultura

Artesanato feito por refugiados e migrantes é tema de exposição

Evento em alusão ao Dia Mundial do Refugiado ocorre nos dias 17 e 19 de junho no Shopping Garden, localizado no bairro Caçari

Em comemoração ao Dia Mundial do Refugiado, a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) em parceria com outras organizações vai promover a exposição de artes e artesanato feito pelos refugiados e migrantes abrigados pela Operação Acolhida. A exposição ocorre nos dias 17 e 19 de junho no Shopping Garden, localizado no bairro Caçari.

A exposição foi motivada em razão de muitos refugiados e migrantes atuarem no mercado de arte, vendendo artesanato da Venezuela. Os povos indígenas Warao e E’ñepá abrigados pela Operação Acolhida tem no artesanato uma das principais práticas para a manutenção da cultura e identidade de seus povos, e também como fonte de renda para suas famílias. As artes feitas serão expostas para o público visitante comprar.

“O artesanato é importante tanto como tradição, passada de geração a geração, mas também como fonte de renda, e o que nos identifica com mulheres empreendedoras. Queremos trazer um pouco da nossa cultura para o povo brasileiro e assim encontrar formas de sustentar nossas famílias”, explica Alejandrina Gonzalez de Zapata, indígena e artesã Warao.

“O Shopping Garden vê com bons olhos essa exposição. Entendemos que esta é uma oportunidade de trazer o tema do refúgio para a população de Boa Vista, já que muitas vezes não sabemos ao certo pelo que essas pessoas passam, e o que é ser um refugiado”, diz Paula Mello, Coordenadora de Marketing do Shopping Garden.

O ACNUR ressalta a importância de iniciativas e parcerias que promovam a inclusão social, cultural e econômica de populações refugiadas no contexto local. Também destaca o potencial de contribuição que pessoas refugiadas e migrantes podem trazer para a comunidade local buscando assim um desenvolvimento conjunto para a sociedade como um todo.

“O ACNUR acredita que os refugiados nunca chegam com as mãos vazias, eles trazem as suas capacidades técnicas, culturas e tradições. São pessoas que também querem trabalhar e contribuir com a comunidade local. Se oportunidades forem oferecidas, essa troca de experiência pode ser enriquecedora para a cultura e economia da população de acolhida, diminuindo assim barreiras sociais e potencial de discriminação”, explica Angelica Uribe, oficial de Proteção do ACNUR.

EXPOSIÇÃO – O projeto está sendo feito pela ACNUR com apoio da das organizações parceiras AVSI (Associação Voluntários para Serviço Internacional), FSF (Fraternidade Sem Fronteiras), FFHI (Federação Humanitária Internacional) e A Casa Museu do Objeto Brasileiro.

20 DE JUNHO – O Dia Mundial do Refugiado é marcado globalmente desde 2001, conforme a resolução aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Essa é uma data chave para promover a reflexão e debate sobre o tema do deslocamento forçado, situação que afeta cerca de 1% da população mundial.