A diversidade geográfica de Roraima, com diferenças de climas e solo entre os municípios do estado, acaba tornando a região em um atrativo para produção de diferentes culturas, entre criação de gado, peixes, grãos e frutas. O destaque fica para as cidades de Boa Vista, Bonfim, Normandia, São João da Baliza e Rorainópolis.
A informação é com base em dados coletados de janeiro a maio de 2021 junto a Secretaria de Planejamento, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Agricultura de Roraima. O levantamento feito pela FolhaBV aponta que Boa Vista possui produção de nove culturas diferentes: soja, milho, gado, melancia, aves postura (ovos), hortaliças, banana, mandioca e peixe. Rorainópolis também tem a produção de nove culturas diferentes: citros, gado, milho verde, macaxeira, banana, dendê, pupunha, cupuaçu e açaí.
Já Bonfim, Normandia e Baliza contam com a produção de seis culturas cada. No primeiro município, o forte é a produção de mandioca, soja, milho, aves postura (ovos), melancia e gado. Em Normandia, a produção de melancia, mandioca, melão, gado, arroz e castanha de caju. Já Baliza fica a produção de banana, gado, castanha do pará, açaí, pupunha e dendê.
Confira o mapa com a produção por região:
Estimativa é que produção de grãos em Roraima alcance 449,8 mil/ton em 2021
Apesar de em menor grau, todos os municípios do estado contam com produção agrícola ou criação de gados, peixe ou aves. No caso da produção de grãos em Roraima para 2021, a estimativa é que se chegue ao total de 449,8 mil toneladas de produtividade, com uma área plantada de 106 mil hectares.
O destaque fica para a soja com uma perspectiva de produção de 252 mil toneladas, com uma área plantada de 75 mil hectares, com produção em Alto Alegre, Bonfim, Boa Vista, Cantá, Mucajaí e Iracema.
Em sequência aparece a produção de arroz com a estimativa de 104 mil toneladas e uma área plantada de 13 mil hectares nos municípios de Bonfim, Normandia, Amajari, Boa Vista e Alto Alegre. Em seguida, a produção de milho com 90 mil toneladas e 15 mil hectares plantados, com a região mais produtora sendo Alto Alegre, Bonfim, Boa Vista, Cantá, Mucajaí e Iracema.
Por fim, a produção de feijão (safrinha), de menor tempo, com 3,8 mil toneladas e 3 mil hectares de área plantada, em Alto Alegre, Bonfim e Boa Vista.
GADO E PEIXE – O número de cabeças de gado estimado em Roraima é de 900 mil cabeças, com uma média de comercialização de 110 mil. O destaque fica para o município de Mucajaí, como a região com a maior produção no estado.
Da produção de peixe, a área cultivada estimada em Roraima é de 5.400 a 5.800 hectares, com uma média de comercialização de 12 mil toneladas. O destaque fica para o município de Amajari, como a região mais produtora de peixe do estado.
Incentivos de financiamento e características geográficas auxiliam na produção de Roraima, diz titular da Seapa
Para o secretário de agricultura de Roraima, Aluízio Nascimento, são vários motivos que explicam o volume de produção agrícola no estado. Um deles é o incentivo do Governo, por meio de políticas públicas como projetos de financiamento, crédito rural e de aquisição de equipamentos.
Outro ponto é a orientação e capacitação de produtores, além de atrair empreendedores de outros estados para produzir no estado e fazer o aproveitamento de alimentos, por meio das agroindústrias. No caso dos pequenos produtores, há ainda a recomendação para os trabalhadores, que se reúnam em cooperativas e associações para reduzir o custo.
“O açaí, por exemplo, pode perder muito rápido depois de colher. Mas perder para consumo humano, em contrapartida, pode virar alimento para rações ou até outros produtos, tipo café de açaí, que é feito com a semente do fruto”, explicou. “O cacau, que sobrou, pode fazer licor. Para isso é preciso ter as agroindústrias. O que não estiver no padrão do mercado ou com o excesso de produção”, complementa.
Aluizio reforça ainda que as características de Roraima também facilitam para a produção de alguns itens no estado, como o mel. “As abelhas aqui produzem mais, por conta do nosso clima favorável. Nós temos um mix de flora, com o cerrado e a mata. Uma colmeia nossa tira em torno de cinco coletas por ano. O Paraná, que é um dos grandes produtores de mel do país tira 1,3 coletas por ano”, declara.
O titular da Seapa acrescenta que a produção também contribui para o ciclo de investimento na economia de Roraima e acaba influenciando os demais setores do estado. “Quando se pensa na produção, é preciso lembrar do impacto que esse comércio acarreta em Roraima. Influencia do proprietário do posto de gasolina, que abastece o caminhão que faz a entrega ao borracheiro, que conserta o pneu que furou. Fornece uma geração extensa de emprego e renda, que beneficia centenas de famílias em Roraima”, complementou.
“O Governo do Estado aquece a economia local e valoriza o trabalho do homem do campo, ou seja, dos pequenos produtores e agricultores de Roraima já que os produtos serão adquiridos diretamente deles. Em 2020, o governo subsidiou três mil hectares de plantações, sendo 1,5 mil para a agricultura indígena e 1,5 mil para a agricultura familiar. É o Governo os valorizado todos os produtores rurais do Estado”, disse o governador Antônio Denarium.