Polícia

Traficante de Roraima é extraditado para cumprir pena nos Estados Unidos

Ao ser preso, Trevor Rodrigues relatou que costuma adquirir calçados na Venezuela para vender na Colômbia

Um homem de 40 anos, de Roraima, foi extraditado para cumprir pena por tráfico de drogas nos Estados Unidos. Ele é o primeiro brasileiro extraditado para os EUA pelo crime de venda de entorpecentes.

As informações são da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), de acordo com a rede Record. A reportagem aponta que Trevor Rodrigues integrou quadrilhas especializadas em traficar cocaína desde a costa da Colômbia até os estados do sul dos Estados Unidos. Ele era investigado pela Agência de Repressão às Drogas (DEA, do Departamento de Justiça dos EUA.

PRISÃO – As investigações relataram que o brasileiro foi detido em fevereiro de 2019, em Bogotá, capital da Colômbia. Depois, em março de 2020, foi extraditado para os Estados Unidos e atualmente cumpre pena em uma prisão em Ohio.

Rodrigues não tem advogado brasileiro constituído. Aos policiais, ele alegou não fazer parte de nenhuma organização criminosa, mas de acordo com as investigações da DEA, o brasileiro integrava um grupo criminoso identificado como “Real”.

Esse grupo é ligado ao narcotraficante Marcos de Jesus Figueroa, o Marquitos Figueroa, e ao ex-governador de Guajira Juan Francisco Gomez Cerchar, o Kiko Gomez. Os dois colombianos são acusados de liderar um grupo de extermínio paramilitar que assassinou, desde os anos de 1990, mais de 130 pessoas naquele país.

FRONTEIRA – Ao ser preso, Trevor relatou que costuma adquirir calçados na Venezuela para vender na Colômbia, onde manteria uma namorada. Segundo ele, teria sido preso por engano devido às relações que mantinha. Um vídeo, obtido pela reportagem, mostra policiais colombianos lendo para Trevor seu mandado de prisão.

Na ordem de prisão, o policial colombiano lê para Trevor que ele era requerido pela autoridade judicial dos Estados Unidos por ter exportado mais quilos de cocaína com intenção e conhecimento de que o ato seria considerado ilegal nos Estados Unidos.

DEFESA – À reportagem, o defensor público federal responsável pelo setor de extradições, Gustavo Zortéa da Silva, explicou que Trevor só foi extraditado por ter sido detido na Colômbia, pois a Constituição brasileira determina que nenhum brasileiro nato pode ser extraditado uma vez que tenha sido detido em território nacional.

“Se ele for brasileiro nato e se tivesse sido preso no Brasil, ele não seria extraditado. Ele só foi extraditado porque efetivamente estava em outro território que não o território da nacionalidade originária dele, que é o Brasil”, explica.

Fonte: Brazilian Times