Estudantes com suspeita de transtornos emocionais e dificuldades de aprendizado estão sendo acolhidos psicologicamente pela UERR (Universidade Estadual de Roraima) no período da pandemia da Covid-19, por meio do NAI (Núcleo de Acessibilidade e Inclusão). O setor é vinculado à Pró-Reitoria de Ensino e Graduação e promove o acompanhamento e apoio psicopedagógico aos acadêmicos da instituição com a ajuda dos colegiados dos cursos que trabalham na identificação da necessidade desse suporte.
Segundo a psicopedagoga e chefe do Núcleo, Jussara Barbosa, uma das principais queixas em meio ao período pandêmico tem sido o baixo rendimento dos alunos durante as aulas remotas. Ela reforça a importância dos acadêmicos em recorrer ao apoio oferecido pela instituição. “A importância do atendimento é a pessoa ter uma compreensão melhor desse momento, o que de fato está causando esse baixo desempenho escolar, porque geralmente a queixa é essa.
Ou então, questões de ordem emocional que estão interferindo na performance pedagógica. A partir do primeiro passo, podemos ajudar a organizar essas ideias, de como resolver, um esclarecimento do que de fato está causando a dificuldade. É uma investigação”, ponderou.
Jussara explica que, após realizada a escuta, quando é identificado um quadro de ansiedade, depressão ou transtorno psíquico, é realizado encaminhamento para outros profissionais. O atendimento via Núcleo continua mesmo após esse direcionamento para solução do problema.
Uma acadêmica da UERR, que prefere não se identificar por ainda estar em tratamento, precisou dos serviços e conseguiu contornar a situação que causava desconforto no seu cotidiano.
“Fui diagnosticada com transtorno afetivo de bipolaridade por um médico psiquiatra e fui orientada a procurar a Universidade e informar a situação. Após conversar com uma professora, procurei o NAI e iniciei meu tratamento com a psicóloga Jussara. Também fui orientada em relação às aulas na Universidade, que eu ficava muito preocupada mesmo com o atestado”, concluiu.
Assim como no caso da aluna, as demandas, em sua maioria, chegam ao Núcleo após os professores identificarem a necessidade de acompanhamento nos alunos. A psicopedagoga ressalta ainda que a mudança na metodologia de ensino em razão da pandemia tem sido um fator de agravamento. “Tem gerado ansiedade, desmotivação, dificuldade de compreender os conteúdos e desenvolver as atividades. Por isso, no acompanhamento psicológico tem sido feito o ajuste das dificuldades da Universidade, e a avaliação do emocional”.
A partir da primeira conversa, a profissional sugere algumas adaptações, como entrar em contato com colegas de classes para montar grupos de estudo, entre outros. “Também oriento os horários para estudar, faço cronograma de estudos com a pessoa de acordo com o ambiente que ele está e com as possibilidades que ele tem naquele momento para desenvolver as atividades”, pontuou.
Os atendimentos seguem acontecendo durante a pandemia, mas de forma remota. Os agendamentos podem ser realizados via e-mail [email protected].