Política

Deputados federais de Roraima se posicionam sobre o voto impresso

A proposta com relação ao voto impresso ou auditável e fazer com que o eleito tenha impresso seu voto para conferir com o que está na tela da urna eletrônica

A comissão especial do voto impresso, na Câmara dos Deputados, decidiu pela manutenção da discussão da PEC 135/2019, que permite ao eleitor, a partir das eleições de 2022, imprimir seu voto para conferir com o que está na tela da urna eletrônica. Os governistas chamam a PEC do voto “auditável”.

A votação na comissão ficou empatada em 15 a 15, mas um requerimento de autoria do deputado Hildo Rocha (MDB-MA) pediu que a matéria fosse retirada de pauta.

Os parlamentares dos partidos PT, PSD, PSDB, MDB, PDT, PSOL, PCdoB e PV apoiaram a retirada de pauta. Os deputados do DEM, PSL, PP, PSC, Cidadania, Republicanos, PTB, Podemos, Patriota e Novo se posicionaram contra e os do PSB se mantiveram divididos.

Para o desempate, foi utilizada a posição do relator da PEC, o deputado Filipe Barros (PSL-PR), que defendeu a continuidade da análise e uma nova reunião está prevista para amanhã (8).

Embora a comissão especial do voto impresso não tenha em sua composição nenhum deputado federal de Roraima, a FolhaBV entrou em contato com os oito parlamentares roraimenses para saber o posicionamento com relação a PEC 135/2019.

Confira, em ordem alfabética, o que diz cada um deles, com exceção de Jhonatan de Jesus (Republicanos) e de Edio Lopes (PL) que não se manifestaram.

HAROLDO CATHEDRAL (PSD)

“Acredito que aprimorar o sistema de votação eleitoral por meio da urna eletrônica, criado há mais de duas décadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é necessário. Nesse sentindo, um sistema auditável de papel nas urnas eletrônicas pode ser uma medida que traga maior segurança aos eleitores brasileiros. A PEC 135/2019 tem essa importância de trazer o debate do voto impresso para a sociedade. Porém, não acredito que a matéria irá avançar na Câmara dos Deputados, porque há um grande debate que questiona as chances de fraudes nos resultados eleitorais, levando insegurança jurídica para o pleito. Outra questão que dificulta o andamento da matéria é o aumento de custos para a implantação do novo sistema, que está estimado em R$ 2 bilhões”.

HIRAN GONÇALVES (Progressistas)

“Por enquanto o partido ainda não fechou entendimento sobre a PEC e estamos aguardando maiores orientações”.

JOÊNIA WAPICHANA (Rede)

“Sou contra a proposta do voto impresso. Ela vai na contramão da necessidade de aperfeiçoarmos o nosso sistema eleitoral, ao mesmo tempo em que lança dúvidas sobre a credibilidade e integridade das urnas eletrônicas. No fundo, essa proposta se trata apenas de uma tentativa de fortalecer a narrativa falsa de “fraude”, para justificar uma possível derrota eleitoral de Bolsonaro e seus aliados em 2022”.

NICOLETTI (PSL)

“Sou um defensor da PEC do voto impresso auditável!!! A medida trará mais segurança e garantia da validação do voto na urna, além de mais transparência para o sistema de votação. Estou trabalhando pela aprovação da proposta na Casa, para que essa ferramenta democrática possa ser implantada com a maior celeridade possível, visando assegurar a lisura e a segurança do processo eleitoral brasileiro”.

OTTACI NASCIMENTO (Solidariedade)

“Hoje, a nossa democracia e o nosso processo de escolha de nossos representantes são uma referência em todo mundo. Mas, reforçar a segurança desse sistema é sempre bem-vindo. Acredito que seja válida a discussão, análise e possível aprovação do voto impresso auditável. Se aprovado, o voto impresso será um mecanismo que propiciará resultados mais confiantes ao eleitor e ao próprio processo eleitoral. A urna eletrônica será mantida, se trata apenas da inclusão de cédulas de papel que possam ser conferidas para fins de auditória. Isto é, um reforço no sistema eleitoral brasileiro”.

SHÉRIDAN (PSDB)

(Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado) 

“Acredito que o voto impresso seja um retrocesso, pois a urna eletrônica utilizada no país é o que há de mais moderno no que diz respeito ao processo eleitoral. Os votos registrados nas urnas eletrônicas podem ser conferidos e validados tanto pelo próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quanto por partidos políticos, e órgãos fiscalizadores, portanto, já é auditável. Com o voto eletrônico, também se elimina o fator humano e a possibilidade de decisões e julgamentos influenciados por partidarismo ou ideologia, além da possibilidade de erro humano involuntário na contagem das cédulas”.