Cotidiano

Instituições desenvolvem projeto de pesquisa com camu-camu

A fruta, presente em quase todo o estado de Roraima, tem 10 vezes mais vitamina C que a acerola

Profissionais da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) visitaram o projeto de pesquisa com camu-camu, desenvolvido por meio de uma parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A fruta contém o maior teor de vitamina C no mundo.

O camu-camu é uma espécie tipicamente silvestre, que brota em áreas alagadas, mas com um grande potencial econômico. A fruta se encontra disperso em quase todo o Estado de Roraima. No Peru, o camu-camu já é bastante usado no preparo de sucos, geleias, sorvetes e doces. 

A pesquisa surgiu de uma parceria  entre Femarh e Embrapa, da qual a Fundação financiou o projeto de valoração e uso sustentável de fruteiras nativas da Amazônia, com potencial de exploração econômica regional, visando integrar as competências  da Rede Bionorte (Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal) para que possa contribuir com o desenvolvimento sustentável da Amazônia. 

A pesquisa está desenvolvendo produtos à base de camu-camu para incentivar o consumo no Estado e o trabalho de domesticação, melhoramento e valoração de fruteiras nativas da Amazônia. 

Uma das ações de destaque do projeto são os trabalhos com a tecnologia de pós-colheita, entre eles, a análise sensorial das receitas que já foram desenvolvidas pela pesquisa. Nesta fase, são avaliadas as características nutricionais e sensoriais dos produtos à base de camu-camu, como geleias, licores, picolé, chocolates e frutas cristalizadas. 

Os testes de análise sensorial  estão sendo realizados em diversos pontos de Boa Vista, O trabalho é necessário para que haja uma diversidade nos grupos de provadores e identificação das preferências dos consumidores. 

Segundo o coordenador do projeto, o pesquisador da Embrapa Roraima da área de Fruticultura, Edvan Chagas, o esperado é que ao final dos testes, as receitas e produtos com maior aceitação sejam disponibilizados para as agroindústrias da região. 

Ele explica que a fruta, embora pouco conhecida, pode ser cultivada para consumo in natura ou para processamento, o que já acontece em países como o Peru. Para Edvan, essa etapa da pesquisa é muito importante, pois agrega valor aos produtos e incentiva o consumo do camu-camu, fruta 10 vezes mais rica em Vitamina C que a acerola.