A adesão às vacinas contra a doença continua a crescer no Brasil e atinge nível recorde, chegando a 94% da população, mostra pesquisa Datafolha.
O levantamento ouviu de forma presencial 2.074 pessoas de 16 anos ou mais em 146 cidades do país nos dias 7 e 8 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Entre os entrevistados, 56% dizem já ter se vacinado, e 38%, que pretendem fazê-lo. Apenas 5% afirmam que não foram nem pretendem ser imunizados e 1% responde que não sabe Quase 1 a cada 5 entrevistados (19%) declara já ter tomado duas doses (17%) ou dose única (2%), e 37% ainda aguardam a data para completar a imunização. Com a oferta de quatro imunizantes diferentes no país, autoridades de saúde têm pedido que a população tome o que tiver posto, para ampliar a cobertura o mais rápido possível.
O Datafolha mostra que 1% dos brasileiros não foi imunizado ainda porque não tinha a vacina que queria. A maioria (33%) dos que pretendem se vacinar, mas não o fizeram, aguarda a sua data.
A proteção completa é essencial para a defesa do organismo contra o coronavírus. No Brasil, apenas a vacina da Janssen funciona em dose única. Sua eficácia global, calculada a partir de um ensaio clínico de fase 3 conduzido simultaneamente em oito países, incluindo o Brasil, foi de 66% –uma taxa considerada excelente para uma vacina de apenas uma dose.
A vacina oferece ainda uma proteção de 82% contra casos graves 14 dias após a aplicação e de até 88% com 28 dias ou mais. Os demais imunizantes distribuídos no país demandam duas doses para produzir efeitos mais significativos. É o caso da Coronavac, AstraZeneca e Pfizer. Estudo publicado na revista científica Nature revelou que pessoas que receberam uma única dose das vacinas da Pfizer ou da AstraZeneca produziram anticorpos que quase não tiveram efeito sobre a variante delta, detectada pela primeira vez na Índia e que já foi identificada no Brasil. Para os que receberam a segunda dose, a taxa de eficácia contra a delta é estimada como superior a 60% em ambos os casos
Além disso, estudos têm mostrado que, para beneficiar a população como um todo, a vacina precisa ser aplicada em um percentual elevado das pessoas. Experimento em Serrana (SP), por exemplo, apontou queda significativa no número de novos casos sintomáticos de Covid e de hospitalizações quando 75% da população elegível foi imunizada com duas doses da Coronavac.
A proteção de uma parcela expressiva da população também é fundamental para conter o surgimento de novas variantes do coranavírus. Como nenhuma vacina tem 100% de eficácia contra o contágio, quanto mais vírus circulando, maior é a chance de surgir uma mutação que escape aos imunizantes disponíveis Por enquanto, as vacinas estão vencendo a corrida contra o aparecimento de novas variantes do vírus, ainda que o grau de proteção em alguns casos seja menor do que o esperado anteriormente. Por esses motivos, governos de diversas nações têm feito campanhas reiteradas para estimular a imunização completa.
Fonte: UOL