Dois ex-diretores da Cooperativa de Produção Agropecuária do Extremo Norte Brasileiro, também conhecida como Grão-Norte, foram denunciados na Justiça por supostos desvios de grãos que resultaram em prejuízos milionários da instituição. O relato é de um desvio de mais de R$ 12,8 milhões em uma prática que durou aproximadamente dois anos. A informação é do Ministério Público Estadual (MPRR).
Segundo a instituição, a denúncia foi apresentada por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) pelos crimes de apropriação indébita e dano qualificado.
Os ex-servidores, que exerciam a função de diretor administrativo e gerente, foram apontados como os dois responsáveis pelo desvio de grãos do Complexo Agroindustrial de Silos Graneleiros, que era administrado pela cooperativa em Roraima.
De acordo com a investigação, a prática teria ocorrido entre 2018 e 2019, sendo descoberta no início de 2020. A dupla teria conseguido desviar dos silos cerca de 11 mil toneladas de grãos, avaliadas em R$12,8 milhões, que foram vendidas no mercado local e até para comerciantes da Guiana. O desvio de grãos chegou a motivar operação da Polícia Civil de Roraima, em agosto do ano passado.
“As apropriações, mediante desvios, ocorriam de forma paulatina, justamente para não levantar suspeitas. Almejando criar aparente legitimidade para as negociações de compra e venda de grãos, os denunciados introduziram naquele local uma empresa homônima, a Grão Norte Serviço, de propriedade de um dos ex-servidores”, narra trecho da Denúncia do MPRR.
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Ao todo, vinte vítimas foram identificadas, entre produtores, pequenas associações e cooperativas de agricultores de Roraima.
Caso sejam condenados, os ex-servidores podem pegar penas de até cinco anos e seis meses de detenção, multa e devolução dos valores desviados, R$12.817.384,30, com a devida correção monetária.
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