Após o relato de que ao menos 2 mil pessoas venezuelanas estão nas ruas de Pacaraima no aguardo para adentar nos abrigos da Operação Acolhida, as instituições do estado que atuam na fronteira informaram que devem fortalecer as ações na região, entre elas, com a disponibilização de novos espaços para os migrantes e de reforço de efetivo policial na região.
A discussão sobre a disponibilidade de novas áreas para migrantes foi realizada pela Secretaria de Planejamento do Estado (Seplan) com a Operação Acolhida, responsável pelo atendimento de migrantes em Roraima.
“O Governo tem uma operação em parceria com a Acolhida, onde serão disponibilizados locais para que os imigrantes que até então não possuem renda, tenham uma oportunidade de trabalhar e produzir bio-fertilizantes, visando amparar financeiramente os que estão em situação de vulnerabilidade nos abrigos”, explicou o Governo.
Representantes da Seplan também estiveram com gestores da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) em Roraima. Na ocasião, foi discutida uma pesquisa realizada sobre a questão do impacto da imigração venezuelana no Estado e também sobre alguns projetos e programas que estão sendo trabalhados em conjunto.
“Por haver um fluxo grande de entrada de imigrantes no estado, a Acnur está preocupada, assim como o governo do Estado, em tomar algumas atitudes, entre elas o sustento daqueles que vão ficar em Roraima. Os imigrantes que querem ficar em Roraima, são cerca de 17% por cento daqueles que estão nos abrigos. Pensando nisso, a Seplan está buscando soluções que gerem renda para essa população, para que eles não fiquem o dia inteiro nos abrigos”, completou a instituição.
SAÚDE – Embora os atendimentos de saúde na área de fronteira sejam de responsabilidade do Governo Federal, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Governo do Estado informou que tem mantido ações estratégicas no sentido de reforçar o enfrentamento à pandemia, com base no Plano de contingência da covid-19.
“Nesse sentido, a Sesau tem atuado de forma integrada com a Prefeitura de Pacaraima no sentido de reforçar a vacinação contra a covid-19, bem como as ações de vigilância epidemiológica. Prova disso foi o mutirão de vacinação realizado pelo Governo do Estado, no mês de junho, em parceria com a prefeitura de Pacaraima e o Exército Brasileiro, por meio da Operação Acolhida, que resultou no alcance de mais de 3.576 pessoas vacinadas em apenas dois dias em Pacaraima”, completou.
REFORÇO NA SEGURANÇA – A Polícia Militar informou que atualmente conta com o efetivo do policiamento de área, agentes que compõem a Operação Ficco (integrada com outras forças de segurança), mas que fará reforço na fronteira. “A PMRR enviará equipes da Operação Hórus para reforçar as ações de policiamento e combate aos crimes transfronteiriços”, explicou a instituição.
OPERAÇÃO ACOLHIDA – Sobre o atendimento na região e o aumento de pessoas na fronteira, denunciado por moradores de Pacaraima, a Operação Acolhida havia se pronunciado que todos os que entrarem legalmente serão atendidos. “Caso não seja possível concluir o processo de regularização migratória de todos no mesmo dia, aos que necessitarem é oferecida a possibilidade de pernoitar no alojamento BV8”, afirma.
A reportagem também entrou em contato com a Polícia Federal sobre o caso e não obteve resposta até o momento.
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