Durante entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha FM 100.3, ao responder questionamento feito pelo apresentador Getúlio Cruz sobre uma possível candidatura ao Senado, o deputado federal Hiran Gonçalves (PP) disse que nunca verbalizou esta intenção, mas não descartou a possibilidade.
O parlamentar é presidente estadual do Progressistas, um dos possíveis destinos do presidente Jair Bolsonaro e do governador Antonio Denarium, ambos atualmente sem partido.
Ele reconheceu que o senador Telmário Mota (Pros) é o candidato natural a ser apoiado pelo Governo atualmente, mas pontuou que a decisão depende de um entendimento do grupo.
“Isso só poderia acontecer se houvesse uma conjunção de forças políticas muito grandes, onde eu me sentisse bem acolhido e com uma proposta de candidatura consistente. (…) Eu já não estou muito afeito a aventuras. Se houver uma situação onde eu me encontre confortável e veja possibilidades reais de me eleger senador, óbvio, seria uma honra pra mim”.
Ele mencionou que esta discussão ocorrerá no futuro, e disse que a Assembleia Legislativa também tem que ser ouvida sobre o assunto, considerando que a Mesa Diretora e a maioria dos deputados estaduais compõem uma importante base de apoio do grupo.
Fundo eleitoral
O coordenador da bancada federal falou ainda sobre a aprovação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), em especial o trecho que possibilita a elevação do Fundo Eleitoral ao teto de R$5,7 bilhões. Ele pontuou que o valor final será discutido, de fato, durante as discussões da LOA (Lei Orçamentária Anual) até o fim do ano.
O parlamentar contestou informações sobre o votou individual de parlamentares em relação à proposta. Ele disse que a votação foi simbólica, e que, “teoricamente”, somente a deputada Joênia Wapichana teria votado contra, pois Rede, PT, PSB, PDT, Podemos, Psol e o Novo orientaram o voto contra. “Agora, PSL, PL, PP, PSD, MDB, PSDB, DEM, Solidariedade, Pros, PSC, PTB e Cidadania, todos votaram a favor, então quem é desses partidos não pode dizer que é contra.”
Ele citou como exemplo o posicionamento da deputada Shéridan (PSDB) nas últimas eleições. “A gente tem que ser coerente com as coisas. Na nossa última votação do Fundo Eleitoral, a minha amiga pessoal, deputada Shéridan, ela votou contra, e ela divulgou muito aqui que votou contra o Fundo Eleitoral. Mas quando nós vamos ver nos gastos de campanha, quem mais gastou Fundo Eleitoral foi a deputada Shéridan. É um direito dela”.
Hiran destacou que a LDO é proposta pelo Executivo, e que o deputado federal Juscelino Filho (DEM-MA) apresentou uma ementa que estabelece a possibilidade de uso de recursos de emendas impositivas de bancada para aumentar o fundo.
O deputado disse ainda que antes das últimas eleições, o governo propôs um fundo de R$ 2,4 bilhões e que a Câmara diminuiu esse montante para cerca de R$2,02 bilhões. “No decorrer do segundo semestre certamente haverá uma discussão muito grande sobre o Fundo Eleitoral e eu acredito que vai haver uma correção disso”, destacou.
Ele disse que é a favor do fundo, e disse que as campanhas devem ter regras claras para garantir participação maior da população, e destacou a importância de se discutir o financiamento privado. “Se não tivermos uma regra clara, só quem vai participar de eleição são as pessoas mais ricas. O fundo torna o processo mais equilibrado, desde que seja fiscalizado e que tenha regras claras”.