Cotidiano

Grevistas pedem apoio contra veto à MP 660

Servidores da Suframa vão pedir que empresários façam coro para cobrar apoio da bancada federal contra veto

A reunião responsável por definir a situação da Medida Provisória (MP) 660, relacionada ao Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) acontecerá nesta quarta-feira, 24.  Representantes do Sindicato dos Servidores da Zona Franca (Sindiframa) no Estado, que estão em greve desde o dia 21 de maio, se reunirão com empresários para apresentar as reivindicações e pedir apoio do setor.

A intenção é conclamar os empresários para que cobrem dos deputados federais e senadores o apoio para a derrubada do veto à MP. Ao menos 20 empresários devem participar da reunião. Entre os convidados está o secretário estadual de Fazenda, Kardec Jackson, e o coordenador da Suframa, Joel Cruz, além de vários presidentes de sindicatos e representantes da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Roraima (Fecomércio-RR).

Segundo o representante do Sindiframa em Roraima, Lienderson Melo, o sindicato pretende obter apoio político para que as reivindicações da categoria sejam atendidas. “O foco principal do empresário é tentar conversar conosco para que a gente libere mais mercadoria. Não podemos dar o braço a torcer, queremos apoio políticos nessa reunião para que resolvam a nossa situação”, disse.

A paralisação dos servidores tem prejudicado vários setores do comércio em Boa Vista. Lojas de varejo que atuam na venda de eletrônico, eletrodomésticos e outros tipos de produtos estão com estoque reduzido devido à greve.  De acordo com o Sindicato dos Servidores da Suframa de Manaus, os prejuízos diários chegam aos R$ 300 milhões diários em toda a região.

Mesmo ciente dos prejuízos ao comércio local, os sindicalistas dizem que não há prazo para o fim da greve, considerada legítima. “Infelizmente, a greve tem esse papel de causar transtornos, mas é a única maneira que o trabalhador brasileiro tem para cobrar os direitos que não estão sendo cumpridos”, destacou Melo.

De acordo com o integrante do Conselho da Fecomércio em Roraima, Ailton Martins, o órgão está fazendo um levantamento dos prejuízos em outros setores. “Empresários não estão recebendo, as mercadorias solicitadas estão sendo prorrogadas junto às indústrias, representantes só recebem comissão depois que empresários pagam e transportadores não têm espaço físico para armazenar os produtos. É um prejuízo imenso para todo o Estado”, frisou.

GREVE – O movimento grevista dos servidores da Suframa foi deflagrado por tempo indeterminado, em razão do veto da presidente Dilma Rousseff (PT) a um artigo presente na Medida Provisória (MP) 660 – a mesma que tratou do enquadramento dos servidores do ex-território nos quadros da União – que se refere à equiparação salarial dos servidores da Suframa. O comando de greve deixou as reivindicações administrativas de lado para focar na reestruturação da carreira. (L.G.C)