“A obra traz um olhar sobre a construção de identidade étnica do “negro” em meio a tentativa de apagamento da mesma que se permeia de diversas formas na sociedade brasileira. A ascensão da mulher negra é uma espécie de amuleto, de instrumento de defesa que a sustenta e a incentiva a enfrentar as arbitrariedades”, trecho da sinopse do livro “Manifesto de Oyá”, que também é chamada de Iansã, um orixá que tem seu papel dentro de religião de matriz africana.
Paula Braga é natural da Bahia, formada em Letras pelo Centro Universitário Jorge Amado. Residente há nove anos em Roraima, professora de línguas, mas foi na adolescência que Paula, aos 15 anos, descobriu o dom da escrita, que discorre em poesias concretas e contos populares. Dentre os temas mais recorrentes em suas obras estão os que retratam críticas sociais e de feminismo negro. Além de dedicar seu tempo como escritora e professora, Paula Braga atua também como revisora de textos científicos e literários.
A autora conta que “Manifesto de Oyá” foi inspirado nas suas experiências de vida enquanto mulher preta, em sua trajetória de inserção em contexto social, no mercado de trabalho e nas relações afetivas. “Depois, outras aspirações foram as situações de violência, estatísticas que temos acompanhando veementemente nas mídias sociais, e que sempre foram frequentes, apenas ganhando mais destaque na imprensa ultimamente. Então, um belo dia pensei, já que gosto de escrever e tenho visto e passado por certas coisas, porque não falar sobre aquilo que se conflitua em mim e que atinge significativamente meu ethos dentro da perspectiva etnicista? ”, explica.
Para amantes de livros de poesias, Paula diz que os leitores irão encontrar na obra, entre os versos de cada poema, um indivíduo sedento de coragem, de amor próprio, externado na concepção de uma afrodescendente. “É uma leitura de afrocentricidade, de feminismo preto, e essencialmente de voltar o olhar para um coletivo que ecoa em um imaginário”.
“Manifesto de Oyá”, obra mais recente de Paula Braga, da editora Literando, está prevista para ser lançada dia 20 de agosto, às 20h, no espaço Marupiara.
“A minha expectativa para o lançamento é de que seja um encontro de sensibilidades para o tema da negritude no Brasil e até em outros lugares no mundo, um momento de fazer uma breve reflexão ao que está em pauta como questões mais urgentes a serem debatidas e acima de tudo, um brinde às identificações e às performances do que se paira ao se conhecer e revelar uma identidade étnica perpassada por estigmas perversos”, conclui.
Em 2020, Paula lançou seu primeiro livro “Segmentado e Adepto: Do outro para mim, poemas e poesias completos”. A escritora tem outras publicações em revistas digitais de literaturas como a poesia Pilares e o conto Instante no Recanto das Letras e Revista Xistos, voltada para o público preto. Há dois textos publicados em uma antologia internacional com mais 100 mulheres poetas. Ela ainda pretende publicar este ano mais um livro de contos e poesias.
SERVIÇO
O que: Lançamento do livro “Manifesto de Oyá”, autoria de Paula Braga.
Quando: Dia 20 de agosto de 2021, às 20h.
Onde: Espaço Marupiara, Rua da Bacabeira, nº 1247, Bairro Paraviana
Contato / imprensa: 99125-1277 (Evilene Paixão).