Polícia

Mais 60 quilos de drogas foram apreendidas em seis meses

A ação resultou na desativação de 20 pontos de venda de drogas

As investigações de combate ao tráfico de drogas realizadas no primeiro semestre deste ano pelo Departamento de Narcóticos (Denarc) e Delegacia de Repressão ao Entorpecente (DRE) , resultaram na apreensão de 62,6 quilos de drogas e a desativação de 20 pontos de vendas de drogas em Boa Vista. 

O balanço foi apresentado pela delegada titular do DRE, Francilene Lima Hoffmann de Vargas, que destacou que foram identificadas novas rotas, usadas por traficantes para a passagem das drogas, que são distribuídas em Roraima. 

Os trabalhos resultaram na prisão de 34 pessoas, sendo 28 homens e seis mulheres. Além disso, foram lavrados 10 TCOs (Termos Circunstanciados de Ocorrências), por uso de drogas.

De acordo com os dados apresentados, foram apreendidos 4,97 quilos de cocaína, 47,24 quilos de maconha e 57 comprimidos de drogas sintéticas (Ectasy). E, ainda, 10,4 kg de maconha que saíram de Roraima, sendo monitorada até Salvador, onde a carga foi interceptada pela Polícia Federal numa ação integrada com a DRE do Estado.

Também foram apreendidas três armas de fogo, 12 munições, 37 aparelhos de telefone celular, oito carros, quatro motocicletas e o valor de R$ 39.702,00, proveniente do tráfico de drogas.

“Com o apoio da Delegacia Geral e do Denarc, a DRE vem fazendo um trabalho muito intenso no combate ao tráfico de drogas. E esse trabalho tem dado um resultado muito positivo, permitindo tirar muitos traficantes de circulação, além da apreensão de drogas e seus apetrechos. Além disso, estamos descobrindo rotas diferentes, modalidades diferentes dos tipos de drogas apreendidas, como não tínhamos antes, que é o caso do ecstasy, que vem sendo muito vendido em festas eletrônicas. Estamos diversificando e atingindo esse mercado, além das drogas usuais, como maconha e cocaína”, detalhou.

 Polícia Civil identifica novas rotas usadas por traficantes

Quanto às novas rotas usadas por traficantes, à delegada Francilene Lima destacou que as investigações identificaram que estão sendo utilizadas rotas vindas do Amazonas.

“Temos verificado e interceptado essas rotas vindo do Amazonas para o comércio no varejo aqui em Roraima. Não tínhamos observado antes esse tipo de mercado, mas agora a DRE tem identificado e vem prendendo essas pessoas. Geralmente, a maconha vinha da Guiana, por Bonfim, e a cocaína pela rota da Venezuela, por Pacaraima. Essa rota vinda do Amazonas é uma novidade que observamos”, disse a delegada.

Segundo ela, no mês passado houve uma grande apreensão de skank e pasta de cocaína, ocasião em que se descobriu uma rota em que mulheres eram cooptadas aqui em Roraima, mediante pagamento, para levar as drogas para vários estados do Brasil, através das companhias aéreas.

“Essas drogas vinham do Amazonas, chegava até Roraima. Aqui essas mulheres eram cooptadas, com as despesas todas pagas. Daqui, elas levavam esse entorpecente para outros estados do Brasil, entregavam para a pessoa definida pelo traficante do Amazonas e retornavam. Geralmente, essas mulheres faziam duas viagens por semana. Descobrimos esse grupo criminoso, ocasião que apreendemos uma grande quantidade de droga e prendemos os acusados”, ressaltou.

A delegada observou que as pessoas que são cooptadas para o tráfico, principalmente os que fazem a venda no varejo, geralmente alegam problemas financeiros.

“Para a Polícia Civil isso não é justificativa para cometimento de crime. A necessidade financeira, a crise financeira ou qualquer outro motivo financeiro ou social não justifica a atividade ilícita. Essas pessoas serão presas, condenadas e cumprirão suas penas. A informação que repassamos é: não adianta você justificar uma necessidade financeira para cometimento de crime. A crise financeira, a pandemia ou qualquer que seja o motivo, a lei não vai bonificar ninguém por esse motivo”, alertou.

Apoio da população para denunciar

 Para manter um combate mais eficaz ao tráfico de drogas, a delegada da DRE destaca a importância da contribuição do cidadão em denunciar a atuação de traficantes em seus bairros.

Segundo ela, as ações de combate ao tráfico de drogas realizadas pela equipe da DRE têm sido eficazes. Ela destaca o compromisso da equipe policial nas mais diversas frentes de investigações voltadas ao enfrentamento ao tráfico de drogas.

“Nossos policiais têm se desdobrado para atuar em várias frentes de investigações que estão em andamento, com o uso de ferramentas de inteligência e estratégia de policiamento, em todas as cidades do Estado, além de ações nas fronteiras”, disse.

Segundo a delegada, essas investigações incluem a desarticulação das células criminosas, combatendo não somente o microtráfico, mas também as conexões interestaduais que movimentam as organizações criminosas.

Ainda segundo a delegada, as denúncias são de grande importância para o trabalho da Polícia e, recentemente, foi disponibilizado um canal, que conta com total garantia de que as pessoas terão sua identidade resguardada ao repassarem informações à polícia.

“É importante que as pessoas entendam que o tráfico de drogas é o combustível para que outros crimes sejam praticados, como por exemplo, o furto, roubo, homicídios, latrocínios, etc. Então, se a pessoa percebe uma movimentação diferente em seu bairro, em sua rua, é importante que repasse informações para que possamos investigar e, se confirmar, desativar esse ponto de venda de drogas e prender os responsáveis pela prática do crime de tráfico de drogas”, disse.

A delegada destacou que a população pode colaborar com o trabalho da Polícia Civil denunciando locais de vendas de drogas e de pessoas envolvidas com o tráfico, através do telefone (95) 99126-6347, e falar direto com a equipe da DRE. A sua identidade será mantida em sigilo.