Agentes do setor de operações do 1º Distrito de Polícia, no bairro Canarinho, zona Leste, com apoio do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil, cumpriram, ontem pela manhã, 25, mandado judicial de busca e apreensão quando prenderam José Nilton Dias Gomes, de 41 anos, acusado de cometer estelionato.
Segundo a polícia, José Nilton negociou de forma fraudulenta a venda de um terreno no bairro São Francisco, zona Norte, a uma igreja evangélica de Manaus (AM). Depois, com procurações falsificadas, ele utilizou a conta bancária de um membro da igreja e sacou R$ 450 mil. Após o saque, feito no dia 19 de maio passado, o dono da conta bancária, José de Araújo Filho, de 31 anos, desapareceu.
Além do estelionato, a polícia não descarta que ele possa ter cometido também latrocínio ou homicídio qualificado. O acusado admitiu o estelionato, mas negou ser responsável pelo sumiço e morte de Filho. Ontem à tarde, em coletiva, a delegada-geral da Polícia Civil, Haydée Magalhães, e o diretor do Departamento de Narcóticos (Denarc), delegado Márcio Amorim, deram mais detalhes do crime.
Segundo Amorim, o terreno foi negociado por R$ 950 mil. O acusado conseguiu procurações falsificadas em Caracaraí, município a 155 quilômetros da Capital pela BR-174, Centro-Sul do Estado. A igreja evangélica, com sede em Manaus, então, depositou na conta de Filho o valor de R$ 450 mil.
No dia seguinte ao saque do dinheiro, o dono da conta já havia sumido. Mesmo assim, José Nilton procurou a polícia para dizer que o outro havia sacado o dinheiro e desaparecido. Mas a delegada que atendeu ao caso, Rosane Widmar, logo desconfiou e colocou sua equipe para investigar. Como o caso era complexo, outras equipes policiais se juntaram na tentativa de elucidar o crime.
“Passamos a monitorar o suspeito. Ele comprou até carro novo. Na semana passada, encontramos R$ 80 mil em um apartamento dele, no bairro Mecejana. Hoje pela manhã, cumprindo mandado de busca e apreensão, encontramos mais R$ 300 mil enterrados no quintal da casa dele, no Centenário. As investigações duraram pouco mais de um mês, mas logramos êxito”, comentou Rosane.
A delegada-geral avisou que o caso continua sendo investigado. Há possibilidade, segundo ela, de outros envolvidos. Haydée aproveitou para elogiar o trabalho das equipes policiais, que não mediram esforços para elucidar o crime. “Estão de parabéns, mas as investigações continuam”, avisou.
O dinheiro recuperado passará por perícia e depois será devolvido para a congregação religiosa amazonense. O acusado já responde por estelionato e ainda ontem foi fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e entregue na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc), onde ficará à disposição da Justiça. (AJ)
