Os militares selecionados para compor o 12º contingente da Operação Acolhida participaram, de 16 a 20 de agosto, no Rio de Janeiro, da fase preparatória para a missão antes de embarcarem para Roraima e Amazonas, onde essa ação é realizada desde 2018.
Ao longo da semana, os selecionados participaram de instruções, como: funcionamento da interiorização; regras de engajamento; trato com civis; higiene e primeiros socorros; prevenção aos crimes de abuso sexual; valorização da vida; combate a incêndio e trato com a imprensa; entre outras. Além disso, foi realizada uma simulação do funcionamento da operação, sob a orientação do Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), nas instalações do Círculo Militar da Vila Militar.
O sentimento comum entre os militares que compõem o 12º contingente é o desejo de trabalhar pelos migrantes com olhar de empatia e solidariedade. Nas palavras da Segundo-Sargento Roberta Sabrina Paes Pires da Silva, da Companhia de Comando da 1ª Divisão de Exército, que integrará o Posto de Triagem de Boa Vista, a situação de crianças, gestantes e idosos é a que desperta maior compaixão.
“Espero que eu consiga, com meu trabalho e meu tempo, transformar, nem que seja um pouco, o momento pelo qual passam os venezuelanos. Dedicarei meu carinho e atenção às famílias recebidas”, declarou.
Além do contato direto com o migrante, boa parte dos esforços dos militares é para que a operação funcione de forma eficaz, com processos administrativos organizados, conforme explicou o Primeiro-Tenente Charles Juliano Campos, do Comando da 4ª Região Militar, que comporá a Unidade Gestora Especial (UGE) em Manaus (AM).
“A missão da UGE é facilitar o gerenciamento dos recursos, tanto da base de Manaus, quanto de Pacaraima. Além da experiência profissional única, espero poder ver de perto a realidade da operação e contribuir para aliviar as dificuldades das pessoas”, disse.
Desde 2018, a Operação Acolhida, com o apoio de diversas agências humanitárias e instituições públicas, realizou quase um milhão de atendimentos no município de Pacaraima, na fronteira entre Brasil e Venezuela. O esforço é no sentido de humanizar o atendimento à população venezuelana, facilitar a interiorização e a integração dos migrantes à sociedade brasileira.