O coordenador da Operação Acolhida, general Antônio Manoel de Barros, disse que a operação vai inaugurar “nesta semana” o abrigo Rondon 5, no bairro 13 de Setembro, em Boa Vista. O novo espaço funcionará ao lado de outros quatro, no bairro 13 de Setembro, em Boa Vista, e terá 300 vagas. A declaração foi feita nesta quarta-feira (25), no programa Quem é Quem, apresentado por Cida Lacerda na Folha FM.
Atualmente, segundo Barros, existem 10 mil venezuelanos em um dos 14 abrigos do estado. Apesar do aumento do número de espaços como esse, o general acredita que a interiorização seja uma das soluções para amenizar a crise migratória que atinge Roraima, principalmente.
“Já interiorizamos mais de 57 mil pessoas. A meta pra este mês é interiorizar 3 mil – a meta do mês passado era 2,5 mil, mas fui pra 1,8 mil, não consegui batê-la por causa de trâmite burocrático. A grande saída é a interiorização, que ai continuar e tem que ser continuada”, declarou.
Só no Posto de Recepção e Apoio, ao lado da rodoviária de Boa Vista, são 1 mil vagas disponíveis, apesar da existência de venezuelanos moradores de rua, próximos ao local. “É a opção da pessoa [se recusar]. É uma coisa que não tem sentido: a pessoa sair andando, com toda essa estrutura, a pé, de Pacaraima pra cá”, lamentou o general.
“Essa noite passada, foram ocupadas 802 só. Tenho 1 mil vagas lá”, disse ele sobre a primeira porta de acesso para os venezuelanos ingressarem nos abrigos.
Barros, que vai para a reserva, passará a coordenação da Acolhida para o general Sérgio Schwingel no próximo dia 31, e revelou que vai voltar para São Paulo com a família. “Tenho várias propostas, mas a gente tem que pensar agora […] Tive um tremendo crescimento como pessoa, eu não sabia que iria crescer e aprender tanto com vocês aqui, seja com os venezuelanos, seja com a população daqui. Gosto muito das pessoas daqui”, disse o general.
Menos de 3% dos abrigados teve Covid, diz Barros
O coordenador da Acolhida revelou que, desde o início da pandemia, apenas 3% das pessoas abrigadas em Roraima testaram positivo para a Covid-19. “A gente tem um caso confirmado ontem, digo isso sob a responsabilidade de toda a operação, dos 14 abrigos. Desde janeiro, tivemos 234 positivados e um óbito”.
O general também falou sobre a Área de Proteção e Cuidados (APC) – hoje Hospital Estadual de Retaguarda Covid-19 -, que previa atender majoritariamente venezuelanos infectados pelo coronavírus. “Das 6 mil internações diretas, só 10% foram venezuelanos”, pontuou.
Acolhida oferece mais de 34 mil refeições diárias, segundo general
Antônio Manoel de Barros revelou alguns dados sobre a operação. São 34 mil refeições por dia, sendo 31 mil em Roraima e o restante no Amazonas, onde a operação também atua. Além disso, mais de 1,2 mil pessoas trabalham Acolhida, sendo 700 militares – o restante faz parte de agências e instituições públicas.
“A gente vai contratar mais gente ainda, gerar mais emprego ainda. Do limão à limonada. Temos mais ou menos 1,2 mil pessoas, 90% delas são remuneradas. Tudo mão de obra local. O recurso fica aqui e gera renda aqui”, explicou.