E o que tem prejudicado o sono das pessoas? A pandemia tem sido sim um fator que tem aumentado os problemas de sono na população geral. Nesse cenário, as pessoas mudaram suas rotinas, aumentaram o tempo e uso de telas como celular e computadores, aumentaram a demanda de trabalho e também o medo e a ansiedade, pelas perdas e luto vivenciados.
No mês de conscientização sobre a saúde mental, o Setembro Amarelo, a SleepUp, primeira plataforma de terapia digital para ajudar no tratamento da insônia, realizou uma pesquisa on-line para compreender os impactos das emoções e dos sentimentos na qualidade do sono das pessoas no pós-pandemia.
Dos 1030 respondentes, 29,42% disseram estar dormindo um pouco pior e 17,57% muito pior. Dentre as principais reclamações, estão: 39% dormir mais tarde que de costume, 36% passar muito tempo acordado na cama antes de pegar no sono, 27% acordar várias vezes durante a noite e 27% dormir menos tempo que de costume.
Na pesquisa, a ansiedade decorrente desse processo vivido durante a pandemia foi o motivo mais citado pelos respondentes da pesquisa para a piora na qualidade do sono, sendo o incômodo principal de 53,4%. Pensamentos (48,74%) e preocupações (48,07%) vieram na sequência, seguidos por tristeza (24,9%). Dentre os pensamentos e preocupações, questões financeiras, dívidas, trabalho e dinheiro têm abalado o descanso de 41,41% dos participantes.
“A ansiedade é uma condição que se associa com problemas de sono, pois aumenta nosso nível de alerta, bem como a presença de pensamentos acelerados e as preocupações na hora de dormir. Nota-se que as preocupações e a tentativa de resolução de problemas estão presentes e isso realmente pode aumentar o tempo de início de sono e despertares no meio da noite. Uma forma interessante de tentar amenizar esses efeitos seria ter momentos para pensar nesses problemas e propor ações de resoluções e metas. Outra estratégia eficiente é a realização de técnicas de atenção plena ou mindfulness, focar no momento presente e respirar. Além de melhorar a ansiedade, essas estratégias podem regular melhor as emoções, aumentando a sensação de bem estar”, explica Ksdy Sousa, Neuropsicóloga e Psicóloga do Sono da SleepUp, doutora em medicina do dono e expert em psicoterapia para insônia.
Cuidando do sono e das emoções
Podemos dizer que a relação entre sono e emoções é bidirecional, ou seja, dormirmos bem ou mal pode afetar nossos sentimentos e emoções, e vice-versa. Dessa forma, é importante cuidar de ambos. Tendo em vista a relação intrínseca entre emoções, sentimentos e qualidade do sono, alguns hábitos e práticas no dia a dia podem ajudar. Entre eles:
– praticar atividades físicas regularmente
– ter uma alimentação saudável
– evitar excesso de bebidas alcoólicas, com cafeína ou outros estimulantes
– práticas de relaxamento e meditação
– ter um diário ou agenda para anotar suas preocupações ou o que estiver tomando conta da sua mente
– focar no presente
– ter pensamentos realistas
– permita-se ter momentos para você e evite o autojulgamento
– se precisar, peça ajuda
A TCC (terapia cognitivo-comportamental) é o tratamento padrão ouro para problemas com o sono, dentre eles a insônia crônica. “Além de ser uma intervenção utilizada em outras condições emocionais e psiquiátricas, também oferece estratégias comportamentais, cognitivas e educacionais que podem melhorar a qualidade do sono. A TCC para insônia ajuda a reavaliar hábitos, pensamentos e crenças disfuncionais sobre o sono, com o objetivo de criar padrões mais positivos e assertivos, melhorando assim sua qualidade”, afirma Ksdy Sousa.
A TCC, uma das terapias digitais utilizadas no aplicativo da SleppUp, disponibiliza todas as estratégias citadas acima, bem como um protocolo completo para o tratamento da insônia. Além da terapia cognitivo-comportamental, existe também a Terapia de Mindfulness para insônia e muitos outros recursos, como um módulo específico para quem está enfrentando a depressão ou sintomas depressivos.
“A insônia, é o distúrbio do sono que mais se associa aos transtornos psiquiátricos, dentre eles a depressão. Pessoas que apresentam quadro de insônia crônica têm quatro vezes mais chances de desenvolver um quadro depressivo. Pensando nisso, nesse módulo oferecemos técnicas e estratégias para modificar os pensamentos disfuncionais e preocupações, bem como enfrentar os sentimentos negativos, o que pode levar à melhora do quadro emocional bem como da qualidade do sono das pessoas”, conclui Ksdy Sousa.
É fundamental ressaltar que a orientação médica especializada é sempre importante no caso de pessoas enfrentando sintomas de depressão, ansiedade, insônia, entre outros.