Cotidiano

200 mortes teriam sido causadas pelo uso proxalutamida no Amazonas

Comissão de ética pede investigação de mortes em estudo com proxalutamida

A Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) pediu à Procuradoria-Geral da República que investigue 200 mortes registradas em um estudo conduzido com a proxalutamida no Amazonas. A informação é da coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo.

Apelidado de “nova cloroquina”, o tratamento experimental é usado no câncer de próstata e bloqueia a ação de hormônios masculinos, tem sido endossado pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo seu filho Eduardo Bolsonaro contra covid.

A Conep apontou diversas irregularidades no ensaio clínico realizado em cidades amazonenses sob a liderança do endocrinologista Flávio Cadegiani, uma das principais vozes que defendem a proxalutamida no Brasil.

As mortes durante o estudo não teriam sido relatadas pelos pesquisadores à Comissão. Além disso, o estudo não teria respeitado a quantidade de voluntários
estabelecida no desenho original do estudo.

A agência afirmou que há indícios de assimetria de informação entre as importações requeridas e as pesquisas científicas aprovadas no sistema
CEP/Conep.

A Anvisa determinou a instauração de dossiê de investigação, com o objetivo de obter mais informações sobre produtos à base de proxalutamida importados e utilizados no Brasil para a tomada de ações sanitárias, “a fim de mitigar o risco para os usuários desses produtos”.

Também determinou a notificação dos serviços de saúde supostamente envolvidos na condução de pesquisas científicas com a substância proxalutamida
no Brasil e a instauração de processo administrativo para apurar possíveis infrações sanitárias decorrentes da apresentação de documentos ou informações
pelo importador que tenham por objetivo induzir a agência à anuência de importação irregular de medicamentos para uso em humanos.

O uso de proxalutamida no tratamento de pacientes com covid também é alvo de inquérito do MPF (Ministério Público Federal). O órgão investiga testes com a substância em pacientes no Hospital Arcanjo São Miguel de Gramado. Outro inquérito apura testes no Hospital da Brigada Militar, em Porto Alegre.

Fonte: 360 Poder