Em meio ao surto de casos da síndrome de Haff no Brasil, o Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (Mapa) orienta a população sobre a importância de comprar pescado de origem certificada, submetidos à inspeção sanitária oficial, identificada por carimbos dos Serviços de Inspeção Pastoril (SIF), Estadual (SIE) e Municipal (SIM), pois a origem é rastreada do local da pesca aos pontos de venda.
“[A população deve] consumir somente peixes e camarões que tenham sido submetidos a inspeção sanitária, rotulados, devidamente acondicionados (higiene e temperatura). A rotulagem permite a comprovação da origem do pescado e sua rastreabilidade. Essenciais para a identificação e investigação de qualquer problema que venha a ocorrer com seu consumo”, disse o Mapa em nota enviada à FolhaBV.
O Mapa reforçou que “qualquer restrição de consumo ou venda de pescado, deve partir de uma orientação direta do Ministério da Saúde. Até o momento, não temos nenhuma orientação para interromper à venda ou o consumo de pescado, tendo em vista os dados até então coletados dos surtos sob investigação.”
Segundo o Mapa, a doença de Haff recebe esse nome quando ocasionada pelo consumo de um pescado que ingeriu toxinas (palitoxinas e ovatoxinas) produzidas por algas, corais marinhos e outros organismos aquáticos. A pasta diz que esta é a suspeita inicial, em todo o mundo, da causa da contaminação dos animais.
“Os resultados preliminares das análises dos laboratórios federais da rede do Mapa e do Instituto Federal de Santa Cantaria (IFSC) apontam no sentido de confirmar sobre essas moléculas suspeitas, especialmente dos grupos das palytoxinas e ovatoxinas, apontadas como as mais prováveis toxinas causadoras doença de Haff. No entanto, ainda são resultados preliminares. Outros fatores devem ser investigados”, disse o Mapa.
“Há relatos, na literatura internacional, envolvendo peixes e crustáceos em surtos bem como consumidores que apresentaram os sinais clínicos causados por essa doença. No Brasil, também há informações de algumas espécies envolvidas, porém, não se pode catalogar de forma específica, pois há relatos de várias espécies de peixes e crustáceos – algumas espécies se alimentam diretamente em corais e de algas”, explicou o Ministério.
Nesse domingo (19), em entrevista ao Agenda da Semana, da Folha FM, o secretário Aluizio Nascimento, da Secretaria Estadual de de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), disse que Roraima não tem casos da “doença da urina preta”, como é conhecida por causa de um de seus sintomas.
Até agora, cinco estados investigam casos suspeitos da síndrome: como Bahia, Ceará, Pernambuco, Pará e Amazonas (onde está a maioria das notificações, com 61 registros).