Nesta terça-feira, 21, Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, especialistas alertam para a importância da participação da família no tratamento e acompanhamento de pacientes que vivem com Alzheimer, doença que segundo o MS (Ministério da Saúde) afeta mais de um milhão de pessoas no Brasil.
O mal ou doença de Alzheimer, como é conhecida, se apresenta como um tipo de demência, doença neurodegenerativa, progressiva e irreversível, que acarreta perda de diversas funções. Na fase inicial os principais sinais são alterações da memória, principalmente dificuldade para lembrar de acontecimentos mais recentes, e ao longo do tempo, na fase moderada e avançada, outros sinais podem ser notados como dificuldade para cozinhar ou limpar a casa, alterações do comportamento, esquecimento de informação nova e antigas, dificuldade para entender o que acontece ao seu redor.
A prevenção e tratamento podem ser feitos no SUS (Sistema Único de Saúde). Em Roraima a rede estadual de saúde dispõe de atendimentos especializados que visam diminuir os sintomas e evitar o avanço da doença, incluindo a CMECM (Clínica Médica Especializada Coronel Mota), onde é possível ter acesso a consulta com o médico especialista, e o CER II (Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual), onde é feito o tratamento e acompanhamento pela equipe multiprofissional.
A fonoaudióloga e diretora do CER II, Léa Maria Sversut, explica que em todas as fases a participação da família é fundamental para o diagnóstico e acompanhamento da doença, que é predominante em pessoas acima de 70 anos.
“Ao perceber os sintomas a família deve buscar uma UBS [Unidade Básica de Saúde], onde será referenciado para o Coronel Mota e, após a consulta com o médico especialista, ele é encaminhado ao CER, que é a unidade responsável por realizar o diagnóstico com médico neurologista e o tratamento completo para a pessoa com Alzheimer”, esclareceu.
A diretora reforça que o CER II possui uma equipe multiprofissional que presta o atendimento que é realizado por um fisiatra, que junto à equipe, avalia as incapacidades de cada paciente, para determinar o tipo de terapia a ser iniciada.
“Atualmente, temos cerca de sete pacientes que realizam o acompanhamento semanal. Geralmente o paciente é atendido nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia. A gente reforça que dependendo de algumas das alterações cognitivas que trazem prejuízo à comunicação do paciente, o fonoaudiólogo também entra em cena sendo a peça fundamental na hora de trabalhar estratégias para facilitar a comunicação do idoso”, destacou.
Segundo a diretora, o profissional traça estratégias para adaptar a rotina alimentar e, para isso, os pacientes passam por uma avaliação fonoaudiológica criteriosa.
“As alterações de mastigação e deglutição, que podem causar engasgos, tosses e até mesmo quadros de pneumonia aspirativa, podem ser tratadas pela fonoaudiologia, a fim de minimizar os efeitos da doença e melhorar a qualidade de vida”, complementou.
Durante os acompanhamentos no CER II, o psicólogo também faz parte da equipe multiprofissional e o suporte psicológico se estende ao paciente, familiares e amigos próximos.
O psicólogo, George de Oliveira, explica que seu papel é intervir diretamente com o paciente com técnicas de estímulo cognitivo para minimizar e/ou retardar as perdas das funções cognitivas, além de ajudar a atribuir significados para este momento de sua vida, trabalhando seus medos e outros sentimentos que surgirão ao longo do tempo.
Já com os familiares e cuidadores é trabalhada a aceitação de que essa doença não tem cura, e que existem alternativas para retardar sua progressão e trazer maior bem estar e qualidade de vida para o paciente.
“O nosso objetivo é gerar o máximo de qualidade de vida ao paciente, atuando junto à família, oferecendo orientações para ajudar a lidar melhor com essa nova realidade e emoções geradas, possibilitando menos dados psicológicos. A colaboração de todos é fundamental”, finalizou.