Com diagnóstico recente de TEA (Transtorno do Espectro Autista), a família do pequeno Alynelson Júnior, de 4 anos, está de mãos atadas, e não tem como iniciar o tratamento que vai garantir que o filho possa se desenvolver melhor e realizar tarefas cotidianas.
Há mais de sete meses a família tenta agendar uma ressonância magnética na rede municipal de Saúde, mas a resposta dada pela prefeitura de Boa Vista à família é que o agendamento do exame está suspenso e não há previsão para regularização.
A preocupação do pai, o servidor público Alynelson Farias, de 42 anos, é que por ser da área da saúde e por ter pesquisado sobre o TEA, ele sabe que quanto mais cedo iniciam as intervenções, melhores as chances de a criança se desenvolver melhor e lidar bem com sinais do autismo.
“Isso é uma falta de respeito, uma gestão que se diz a ‘capital da primeira infância’ desassistir as crianças de um exame importantíssimo. A lei que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista fala que os autistas têm prioridade nos serviços de saúde ”, destacou o pai, ao pontuar que o direito também está previsto na Constituição e na Lei Nacional das Pessoas com Deficiência.
O pai afirmou que a família não tem condições de arcar com o custo do exame, que precisa ser feito com uso de sedativos. O exame custa, em uma clínica particular, mais de R$ 1,5 mil.
Esta não é a primeira vez que pais procuram a FolhaBV para cobrar a realização do exame. A fila de espera é grande e inclui crianças com vários tipos de diagnósticos.
PREFEITURA – A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Boa Vista que se manifestou por meio da seguinte nota:
A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) informa que o procedimento de ressonância magnética é de responsabilidade do Governo do Estado, conforme previsto na Resolução em CIB/RR de 04/2017. A partir desta resolução, o Governo do Estado envia cotas para realização desse exame das crianças do Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA).
Como o estado não estava fornecendo as cotas, e para garantir o atendimento ininterrupto, o município está finalizando o credenciamento pela SMSA para contratação de uma empresa local para atender as crianças que precisam deste procedimento.
Informa ainda que a criança citada já teve consulta de retorno no último dia 13 de setembro e os procedimentos para viabilização do exame estão sendo providenciados.