Para começar é preciso saber quem é o personagem principal dessa história, a Evergrande é a segunda maior incorporadora imobiliária da China, fundada em 1996 a empresa tomou proporções colossais ao conseguir surfar o forte crescimento e desenvolvimento chinês das últimas décadas.
A gigante vinha a algum tempo já dando sinais de problemas na sua administração, que foram intensificados recentemente ao apresentar problemas de solvência (capacidade de honrar com compromissos) a dívida de 300 bilhões de dólares da incorporadora levanta o questionamento se ela realmente seria conforme a expressão popular em inglês diz “too big to fail” ou seja, grande demais para fracassar.
A situação gerou pânico global por trazer lembranças do caos que aconteceu em 2008 com a crise imobiliária americana do sub prime. Mas, apresar das suas semelhanças em alguns pontos, as duas crises são diferentes.
A china é responsável por aproximadamente 2% a 6% do nosso PIB sendo uma das maiores compradoras da nossa economia. Sendo assim, a quebra de uma empresa dessa magnitude assusta comprometer o consumo de commodities como minério de ferro, cobre, zinco, alumínio etc. principais materiais consumidos em construções civis.
Dessa maneira, a noticia desanimou as ações da Vale fazendo com que as ações caíssem mais de 10% nos últimos dias, por ela ter a China como principal negociadora de compra desses produtos.
O governo chinês vem anunciando medidas para tentar amenizar os efeitos desta crise com a injeção de 37 bilhões de dólares no sistema financeiro e o repasse dos contratos da Evergrande para construtoras menores e promete ainda punir a empresa e seus executivos por deixar a situação chegar a esse ponto.
O colapso pode estourar a já esperada bolha imobiliária chinesa respingando em quedas nas bolsas mundiais. Como já dizia o ditado, quando a china espirra, o mundo todo fica doente.