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Famílias conhecem métodos para trabalhar rotina de crianças e adolescentes

Oficina, promovida pelo Centro de Apoio à Família, ocorreu neste sábado, 13

Este sábado (13) foi o dia de aprender sobre rotina para crianças e adolescentes com TEA (Transtorno do Espectro Autista) com uso de recursos visuais. O encontro foi promovido pelo Centro de Apoio à Família, da Assembleia Legislativa de Roraima, na Universidade Virtual de Roraima (UniviRR), no bairro Tancredo Neves, zona Oeste de Boa Vista.

Com o tema “Como aplicar o uso de suportes visuais na rotina diária das pessoas com TEA [Transtorno do Espectro Autista]”, a oficina foi conduzida pela psicopedagoga Tayna Agra. A profissional compartilhou métodos funcionais e acessíveis para uso em casa ou na escola. O princípio de Premark é usado na psicologia para reforçar o autista a realizar atividades menos interessantes e ter, em seguida, a atividade mais desejada a fazer.

“A gente passa a condicionar situações que eles vivenciariam, coisas que eles iriam ganhar em atividades com certa resistência a fazer”, disse Tayna. Conhecida como primeiro/depois, o adulto mostra primeiro o que a criança/adolescente precisa fazer para depois ter o que quer. Por exemplo, primeiro faz a atividade da escola, depois assiste à televisão. “Eles poderão usar em casa para organizar a rotina dos filhos”, sugeriu. Na internet, é possível encontrar diversos modelos de “primeiro/depois”.

Além das atividades, a psicopedagoga abordou as possíveis causas do autismo, características e formas de tratamento. Contudo, o diagnóstico é demorado, principalmente pela falta de profissionais. “A principal dificuldade, segundo os pais, é o tratamento adequado”, afirmou Tayna.

Os recursos visuais ajudam as pessoas com autismo a tornarem-se mais independentes, aumentam a confiança com o próximo, evitam estresse e ansiedade, e contribuem para o desenvolvimento da fala e comunicação.

“Não é um trabalho fácil. A gente precisa estudar muito e entender primeiro a mente deles. Temos muitas dificuldades para fechar o diagnóstico pela falta de médicos, até os particulares têm fila de espera”, citou a psicopedagoga.

Famílias

Atentos, pais, mães e responsáveis por crianças e adolescentes, diagnosticados ou em fase de investigação do transtorno, acompanhavam cada apresentação da profissional. Entre eles, a dona de casa Ozelma Sousa e o filho, Marcos Rodrigues, de 16 anos. Aos 4, ele foi diagnosticado com TEA e a vida da família mudou.

“Foi difícil porque não tinha conhecimentos sobre procedimentos, intervenções. É uma área difícil por esse sentido, pois os pais não têm orientação”, contou a dona de casa. “Hoje, está um pouco mais fácil para mim porque ele foi diagnosticado com 4 anos e estou há quase 13 nessa caminhada”.

O autônomo Raimundo dos Santos tem um filho de quatro anos de idade. Desde 2020, a família busca o diagnóstico da criança que tem dificuldades para falar e interagir. O próximo dia 22 é aguardado, pois será feita a avaliação dos exames pelo neurologista.

Antecipado e pela necessidade em conhecer mais métodos para ajudar o filho, Santos buscou a oficina. “Aprender alguma coisa e lidar melhor com ele, que tem de ter esse apoio da família. Com esse suporte do Centro, será muito boa a parceria”.

Por vídeo, a deputada Angela Águida Portella (PP), presidente do Programa de Atendimento Comunitário, ao qual o Centro de Apoio à Família está integrado, agradeceu a participação dos pais e falou do futuro do programa em prol deste público em específico. “Hoje, vamos explorar a comunicação alternativa para que a gente possa organizar a rotina das crianças e adolescentes autistas”.

Esta foi a primeira oficina realizada pelo Centro de Apoio à Família. Segundo a coordenadora, Caroline Martins, outras ações serão desenvolvidas para atender famílias com diagnóstico ou não de TEA. “Nosso principal foco é ajudar os pais, acolher e atender essas famílias”.