O deputado estadual Jalser Renier (Solidariedade) disse nesta terça-feira (16), na Assembleia Legislativa de Roraima, que colegas de parlamento conspiram, de forma planejada, pela cassação de seu mandato. O parlamentar é acusado de ser o mandante do sequestro e da tortura do jornalista Romano dos Anjos.
“Não participei de nenhum ato contra nenhum repórter, estou sendo rechaçado, humilhado por parte de muitos colegas, em detrimento de algo que não fiz”, disse ele, ao pedir apuração “rápida e breve” no esclarecimento do caso.
A fala foi feita depois das acusações levantadas pela deputada Catarina Guerra (Solidariedade), vice-presidente da Comissão de Ética, de que Jalser Renier, teria lhe perseguido ao pedir a substituição dela por Yonny Pedroso (Solidariedade) na comissão.
“Minha nomeação na Comissão de Ética não foi em razão da sigla que possuo, não foi indicação alguma, porque o artigo 108 do nosso Regimento determina que as bancadas tenham prazo de cinco dias para apresentar mudança e indicação de algum membro de partido, o que não aconteceu no início desta Legislatura após dois anos do mandato anterior. E o mais engraçado ainda é que essa perseguição e discriminação é apenas na Comissão de Ética, e aqui deixo o questionamento do motivo que é: não faço apenas parte da Comissão de Ética, por que apenas me substituir nessa?”, indagou.
No último dia 10, o deputado protocolou um requerimento em que pediu a troca na comissão. “O pedido fundamenta-se na competência atribuída aos líderes de indicar os parlamentares para compor as comissões e, a qualquer tempo, substituí-los”, diz o documento.
Na sessão desta terça, Catarina Guerra entregou ao presidente da Casa, Soldado Sampaio (PCdoB), requerimento em que pede o indeferimento do pedido de Jalser e que demonstra não reconhecer o deputado como líder de bancada.
“Eu não estou discriminando a mulher, porque tá tendo uma troca de uma mulher por outra mulher, e a razão é muito simples: existe uma conspiração nesta Casa, e essa conspiração é, obviamente, planejada por alguns deputados para a cassação do meu mandato, sem motivo algum”, defendeu-se.
Soldado Sampaio disse, após as falas, que vai analisar os documentos protocolados na Casa. “Vamos dirimir essas dúvidas, de fato. Enquanto presidente, se eu não me sentir capaz sozinho, vou reunir a mesa diretora da Casa para dar, de fato, amparo aos requerimentos dos deputados que solicitam a permanência e a substituição na Comissão de Ética”, declarou.