Maranhense de Caxias, Pedro Álvaro, o Pedro da Farinha, de 52 anos, sustenta a família da produção da farinha de mandioca, que ele garante ser “a melhor do Norte”. A venda fica no município de Iracema, a 100km de Boa Vista, às margens da BR-174.
Quando começou a produzir a iguaria, há 25 anos, Seu Pedro era empregado do sítio Ouro Fino, o qual, mais tarde, ganharia de presente do amigo e patrão. Foi no local onde ele diz ter inventado a farinha torrada de manteiga, disponível nas espécies branca e amarela.
A novidade se tornou um sucesso, segundo Seu Pedro, que passou a exportá-la para todo o Brasil e até para países como Estados Unidos e Japão. “Como todas as farinhas eram iguais, resolvi usar a criatividade para fazer a farinha torrada na manteiga. Isso me ajudou a crescer nos negócios e no mercado”, explicou.
Com o aumento da demanda, um ponto na beira da rodovia ficou pequeno e ele resolveu abrir vendas nas feiras do Passarão e do Produtor, em Boa Vista. Por mês, Pedro da Farinha diz vender 60 sacas, cada uma com 50 quilos.
“Eu vendo tudo e ainda falta farinha. São muitas encomendas, mas não consigo pegar tudo, porque a indústria não tem tamanho para tanto. Se tivesse, vendia 300 sacas por mês”, disse ele, que produz as farinhas em dois fornos especializados.
O negócio é lucrativo para a família, que comprou veículos, um outro sítio e, ainda, sustentou os nove filhos do Seu Pedro, com idades entre sete meses e 30 anos. A farinha pagou faculdade de uma das filhas, que é fisioterapeuta, e financia, atualmente, os cursos de Enfermagem e Direito de outras duas.
“Segunda-feira eu tenho uma venda programada para Goiás, hoje (quarta) tenho uma encomenda para o Piauí […]. Eu só vivo da roça e moro na roça. Planto mandioca, milho, melancia, feijão, abóbora. Mas neste sítio aqui, só produzo farinha”, disse.
Alimento que também ajuda no sustento de outras famílias, como o da Dona Marineide Gomes da Silva, de 54 anos, 20 deles dedicados à produção do Seu Pedro. No local, o serviço dela é descascar a mandioca. Quanto ela mais trabalha, mais ganha diária.
“A gente vem uma vez por semana aqui para descascar a mandioca que, às vezes, é do sítio dele e outras vezes é comprada de outros lugares”, explicou.