Principais bairros, ruas e avenidas dão nome a personagens históricos

Ao completar 125 anos de existência em 9 de julho, Boa Vista, a Capital mais setentrional do país, assim como sua arquitetura diferenciada, moderna e exuberante, abre um leque de histórias e personagens que contribuíram para a criação do município.

São muitos os que ajudaram no crescimento da Capital, desde 1890, quando passou de freguesia para se tornar sede do município de Boa Vista do Rio Branco, passando pela época do povoamento urbano, em 1930, iniciada pelo então capitão Inácio Lopes de Magalhães, até a emancipação, quando a cidade deixou de pertencer ao Estado do Amazonas e se tornou parte integrante como Capital do então Território Federal do Rio Branco, hoje conhecido como Estado de Roraima.

Muitas destas histórias são contadas pelo jornalista e pesquisador de Roraima, Francisco Cândido, que retrata as denominações históricas de bairros, ruas e avenidas de Boa Vista por meio da coluna “Minha Rua Fala”, lançado pela Folha de Boa Vista.

Segundo ele, tudo começou em 1997, quando o ex-diretor da Rádio Roraima, Francisco Soares, o convidou para fazer um programa na emissora. “Era para eu falar sobre os personagens que denominam as ruas de Boa Vista. Lembro que o primeiro local que retratei foi a Avenida Ene Garcez, no Centro, por ser o primeiro governador do Território Federal do Rio Branco. Depois, falei sobre a história da Avenida Mário Homem de Melo, na zona Oeste, primeiro prefeito do território, e da Avenida Coronel Mota, que foi o primeiro superintendente de Boa Vista”, disse.

Ao longo dos 18 anos de trabalho, o jornalista afirma ter contado sobre mais de 790 locais que denominam personagens históricos na Capital. “Cada rua retrata a história de uma pessoa, uma família que contribuiu, na sua época, para o desenvolvimento de Boa Vista em todos os segmentos socioeconômicos”, destacou.

Ele disse que não faz distinção de personagens e afirma já ter feito até homenagem para coveiro, lembrado pelo nome da Rua Pedro Praça, situada no bairro Buritis, zona Oeste. “Já homenageei também médicos, parteiras, agricultores, fazendeiros, professores, engenheiros e arquitetos, todos na sua especificidade de suas épocas e que em seu trabalho contribuíram com o crescimento da Capital”, declarou.

O início do trabalho de Cândido trouxe relatos de famílias pioneiras de Boa Vista, como os Magalhães, Brasil, Mota, Cruz e outros. “Cada rua representa uma história de um personagem que edificou o município. É importante o trabalho que faço para que o aluno e essa nova geração possam entender e sentir orgulho dos seus antepassados. Eu chamo de Minha Rua Fala, porque realmente conta um pouco da história do bairro, da cidade e do personagem que ela denomina”, frisou.

Boa Vista conta 55 bairros

Segundo a Prefeitura de Boa Vista (PMBV), o município é atualmente formado por 55 bairros e um Distrito Industrial.  De acordo com Dados do Cadastro da Prefeitura e do Programa Minha Casa, Minha Vida, o quadro atual de déficit de moradia da Capital conta com aproximadamente 25 mil famílias.

Para a Prefeitura, entretanto, os números não revelam a realidade do déficit, que, embora exista, não alcança esse quantitativo tão expressivo. “A razão desse aumento é referente às diversas pessoas da mesma família que fazem cadastros na prefeitura e no programa habitacional, fazendo com que esse indicador aumente acima da real demanda”, frisou a prefeitura, em nota.

Para superar o entrave ao exercício pleno da cidadania, a PMBV já entregou, desde 2012, o total de 967 casas por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida, e ainda entregará mais 547, que estão previstas para serem entregues em breve.

Ao mesmo tempo, por meio da política de regularização fundiária de áreas consolidadas, já foram entregues mais de mil títulos definitivos de propriedades às famílias de Boa Vista. (L.G.C)