Cotidiano

Sindicato dos farmacêuticos paralisará por 24 horas na próxima segunda-feira

O presidente do Sindfarr, Alberto Vagner Leite, adiantou à Folha que as negociações com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) já foram esgotadas

Os profissionais afiliados ao Sindicato dos Farmacêuticos de Roraima (Sindfarr)  que também representam Bioquímicos e Técnicos em Laboratório que atuam na rede estadual de Saúde paralisarão as atividades das categorias por 24 horas no dia 13 de julho, na próxima segunda-feira. O presidente do Sindfarr, Alberto Vagner Leite, adiantou à Folha que as negociações com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) já foram esgotadas.

Ele relatou que os profissionais exigem a convocação dos aprovados no concurso público de 2013 da Sesau. Além das chamadas, os sindicalistas pedem o cumprimento do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da categoria e revisão de progressões salariais. “Estamos insatisfeitos com o que tem ocorrido conosco. Algumas profissões foram contempladas, e a nossa não. Mediante isto, reclamamos junto às autoridades, mas nunca fomos atendidos”, disse o presidente.

Segundo ele, no mês passado o Sindfarr realizou uma reunião com a secretária-adjunta da Sesau, onde um prazo foi definido pela gestão para uma posterior solução às demandas das categorias. “O titular da pasta, Kalil Coelho, nunca nos recebe. Disseram que até o final deste mês voltariam a conversar. Mas os colegas manifestaram seu descontentamento em assembleia, pois acreditam que a situação vem se arrastando muito sem nenhuma resposta satisfatória”, frisou Leite.

Por isso, os profissionais deliberaram por fazer a paralisação. Um documento protocolado no Ministério Público e na Sesau, que comprova que a paralisação acontecerá de forma legal. Alberto Leite disse que o serviço não será prejudicado em sua totalidade, e 30% dos profissionais devem exercer as funções essenciais nos postos e unidades de Saúde, como urgência e emergência.

Vagner relatou que, se o Governo não atender às pautas de reivindicação do sindicato, os afiliados ao Sindfarr devem deliberar por uma nova paralisação. Esta, segundo explicou, teria um tempo de limite indeterminado, ocorrendo ainda durante o mês de julho.

“Algumas categorias, que não tinham um caráter tão urgente, já foram chamadas em quase 100% do número total de aprovados. E nós? Ficaremos prejudicados?”, questionou o presidente, mencionando ainda que ano que vem, o Governo do Estado deve inaugurar 140 novos leitos no Hospital Geral de Roraima, 120 leitos no Hospital de Clínicas, no bairro Pintolândia e 40 UTI’s.

“Essa quantidade vai gerar demanda de pessoal da nossa classe, que neste momento está muito defasado. Não dá para trabalhar com o que existe hoje. É insuficiente”, contou. Na opinião de Vagner, o Governo, que atualmente prefere pagar horas extras para suprir a necessidade de mão de obra das categorias, deveria investir na convocação de mais colegas. “Essa medida basicamente corroi o erário do Estado, sem contar na sobrecarga em cima do profissional de farmácia. O que acontece: a situação acaba gerando um mau serviço prestado, e no final das contas, o problema fica com a população, só para variar”, afirmou.

Conforme o presidente do Sindfarr, a Sesau apenas responde às demandas das categorias afirmando que ‘é preciso fazer um redimensionamento de pessoal’ para considerar novas contratações de trabalhadores. “Daqui para frente, nossa posição será mais dura. As negociações já estão esgotadas. Depois de tanta falta de consideração, acreditamos que a gestão não nos enxerga como profissionais importantes para a Saúde”, finalizou.

GOVERNO – Por meio de nota, o Governo do Estado garantiu estar aberto para negociar com a categoria. Segundo mencionou, a mesa de negociação do SUS (Sistema Único de Saúde) é o espaço mais democrático e apropriado para tratar dos assuntos propostos pelo sindicato.

“As reuniões são realizadas uma vez por mês e possuem a finalidade principal de estabelecer um canal de diálogo entre a gestão e as categorias de classe, ou seja, é o espaço adequado para buscar um acordo que atenda a todos os interesses. A data da próxima reunião será marcada até o fim desta semana”, frisou o órgão.

A Sesau afirmou que a gestão tem atendido a reivindicação das entidades de classe, uma vez que o concurso público ofertou 1.786 vagas em todos os níveis, para os 15 municípios. Até agora já entraram em exercício 2.186 servidores, lotados nas unidades da Capital e do Interior, conforme ressaltou a pasta.

O secretário estadual de Saúde, Kalil Coelho, relatou que a gestão está compromissada em negociar com a categoria e atender, dentro das limitações orçamentárias, as reinvindicações dos profissionais de Saúde. “É preciso agir atendendo as demandas prioritárias. Queremos iniciar esse debate, ouvir os servidores, mas precisamos ter a oportunidade de falar também”, disse.

Quanto às progressões e o PCCR a Sesau afirmou que está concluindo o recadastramento de todos os servidores efetivos, para saber exatamente onde e de que forma esse servidor está atuando. Só após a finalização desse levantamento, explicou o órgão, é que será possível definir quais as medidas serão adotadas no sentido de atender as reivindicações da categoria. (JPP)