Uma ação integrada da Polícia Civil desbaratou uma quadrilha chefiada por um venezuelano que tinha como foco a prática de roubos, após a invasão em residências, com o uso de arma de fogo e de violência. Em duas residências, as vítimas eram integrantes das forças de segurança pública e tiveram suas armas roubadas.
O líder do grupo confirmou que mora há cinco anos em Roraima e, desde então, atua no crime organizado, recrutando indivíduos para cometer roubos, fornecendo as armas para as empreitadas criminosas.
A investigação foi realizada por agente do SIOP (Seção de Investigação e Operação) do 5º DP (Distrito Policial), sendo coordenada pela delegada titular, Cândida Magalhães Senhoras, com apoio de policiais do NI (Núcleo de Inteligência da PCRR e policiais militares da DIPM (Divisão de Inteligência da Polícia Militar).
De acordo com informações prestadas pela delegada do 5º DP, tendo em vista vários registros de Boletins de Ocorrências, em que as vítimas tiveram suas casas invadidas por criminosos armados, foi montada uma espécie de “força tarefa” entre os policiais, que levantaram todos os crimes e iniciaram os trabalhos para identificar, localizar e prender os infratores.
As investigações resultaram no esclarecimento de três crimes de roubos praticados em bairros atendidos pelo 5º DP e pelo menos mais 10 crimes praticados em bairros que são de atribuições de outros distritos na Capital. Com a continuidade dos trabalhos, mais crimes podem ser esclarecidos.
Chefe da organização recrutava criminosos para a prática de roubos
Quatro pessoas integrantes da organização criminosa foram identificadas e presas em flagrante, dentre eles o chefe do bando e um adolescente de 17 anos. Na posse deles os policiais apreenderam dinheiro, veículos, arma e munições. Com isso, os três adultos investigados foram presos e autuados em flagrante pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido, corrupção de menor de 18 anos e associação criminosa.
O venezuelano F. J. C. H., de 26 anos, apelidado de “Daniel” é apontado como o chefe da organização criminosa. De acordo com a investigação, o homem é chamado pelos comparsas como “Patron” e era quem recrutava indivíduos para cometer os roubos. Ele fornecia as armas para as empreitadas criminosas e, após os crimes, recebia todos os produtos dos roubos que eram vendidos por ele. Posteriormente o investigado pagava a comissão para os seus recrutados. As investigações apontaram ainda que o venezuelano também atua no tráfico de drogas e com agiotagem, de onde parte outros crimes como ameaça e até mesmo homicídios.
Os “funcionários” do venezuelano para o crime foram identificados como sendo:
O garçom W. J. A. M., de 21 anos, que é brasileiro e tem várias anotações criminais por roubo e furto. Ele confessou em interrogatório que atuava no crime a serviço de Daniel e revelou ter participado de dois roubos no bairro Vila Olímpica. Um foi na residência de uma mulher de onde roubaram uma TV de 43 polegadas. O segundo roubo foi na casa de profissional de Segurança Pública, onde renderam a família durante a madrugada e levaram quatro armas de fogo.
O adolescente de 17 anos, também brasileiro, foi ouvido no 5º DP e é considerado “perigoso e violento”. Ele já tem passagens na Polícia e também no CSE (Centro Sócio Educativo). Foi apurado que na hora da prática dos crimes o adolescente costuma ameaçar as vítimas com mais violência. Ele confessou que participou de três roubos a mando do chefe da organização nos dias 08, 10 e 13 deste mês, mas detalhou como foram dois dos crimes. Um deles, no dia 08, a residência é de um profissional de Segurança Pública, no bairro Raiar do Sol, onde roubaram uma arma de fogo. No dia 10, ele confirmou ter participado do roubo na casa de outro profissional de Segurança Pública, na Vila Olímpica.
O motorista de aplicativo A.A.H. P.B., de 32 anos, também brasileiro, segundo as investigações era contratado para levar e buscar os acusados nos locais em que iriam praticar os crimes.
A delegada informou que há mais pessoas sendo investigadas por participação nos crimes praticados por esta organização criminosa.
Segundo ela todos os envolvidos identificados e localizados foram indiciados pelo crime de roubo majorado. O adolescente após ser ouvido foi liberado, mas vai responder aos procedimentos.
“Os três adultos não foram presos em flagrante pelos crimes de roubos, mas os indiciamos por tais práticas. Entretanto todos eles foram presos em flagrante pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, associação criminosa e corrupção de menor”, detalhou a delegada.
APREENSÕES – Com os acusados os policiais apreenderam aparelhos de telefones, a importância de R$ 5.152,00, uma pistola 9mm, sete munições de pistola 9 mm, munições, um veículo Golf, um veículo Mobi e dois televisores.
O APF (Auto de Prisão em Flagrante) contra os três foi lavrado pelo delegado plantonista do GRI (Grupo de Resposta Imediata), Emerson Freire. Os três foram apresentados nesta quinta-feira (25), na Audiência de Custódia.