Mais de 2 mil sacos mortuários, luvas de procedimento simples e cirúrgicas, além de insumos específicos para o Laboratório de Genética foram doados esta semana aos institutos da Polícia Civil de Roraima (PCRR), pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
A doação faz parte da política humanitária forense do CICV. Para eles, quando as pessoas morrem durante uma guerra, violência, desastre ou migração, os seus corpos devem ser tratados com respeito e dignidade.
“Os restos mortais devem ser encontrados, recuperados e identificados. A ação humanitária inclui investigação e cooperação com a ciência forense, oferecendo as ferramentas e as competências necessárias para realizá-las”, destacou o Comitê.
Conforme explicou a oficial do CICV em Roraima Jimena Leyva, a “ação forense humanitária” tem como objetivo assegurar a gestão adequada e digna das pessoas falecidas e prevenir desaparecimentos. É voltada a dar respostas à dor dos familiares, contribuindo para seu direito de conhecer o destino de seus entes queridos.
Em Roraima, este trabalho é uma das ações do CICV e compõe a chamada Proteção de Laços Familiares (PLF), que também atua em serviços de conectividade, transferência de documentos de migrantes e preocupa-se com o desaparecimento de pessoas em rotas migratórias.
A diretora do IML (Instituto de Medicina Legal), Marcela Campelo, unidade contemplada, destacou que o momento da doação foi bastante oportuno, uma vez que a pandemia tem dificultado a aquisição destes materiais.
“Além de estarmos distantes dos grandes centros, temos dificuldades para a compra de material na pandemia. Essa é a primeira vez que recebemos uma quantidade tão grande de insumos, que são extremamente necessários para as nossas atividades diárias”, afirmou.
O diretor do IIOC (Instituto de Identificação Odílio Cruz), Hênio Stânio Lima Andrade, afirmou que a parceria entre as instituições tem sido fundamental no trabalho de reconhecimento de migrantes no Estado.
“Mais do que uma doação de material, que é primordial para o desempenho das nossas atividades, é necessário falar que a CICV tem trabalhado ao nosso lado no contato com as famílias de migrantes, ajuda esta fundamental no trabalho de identificação de estrangeiros”, concluiu.