Representantes da Associação dos Garimpeiros Independentes de Roraima (AGIRR) entraram em contato com a FolhaBV para denunciar o que eles chamam de atitudes truculentas por parte de servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) durante a operação ‘Amigos do Bioma’ realizada em região de garimpo, no município de Alto Alegre, em Roraima.
De acordo com a presidente da Associação, Isa Carine, foram ateados fogo em sete caminhonetes, que segundo ela, estavam em uma fazenda e não estavam irregulares.
“As caminhonetes não estavam configurando crime ou vinculadas a garimpo, estavam paradas em uma fazenda. Os servidores do Ibama informaram aos proprietários, que os veículos seriam apreendidos e trazidos para Boa Vista, porém foram incendiados”, informou Isa.
Ainda segundo eles, além das caminhonetes, foi incendiado um caminhão que teria sido utilizado para resgatar um trator Jerico, pertencente a um agricultor. “O proprietário perdeu o seu trator sem saber o porquê, não foi informado ou autuado sobre. Ele ficou no prejuízo”, disse.
Além disso, os garimpeiros alegam que os servidores apontaram armas para crianças, que estavam no local.
Diante dos fatos, os garimpeiros dizem temer por suas vidas e que mais atos ocorram, pois de acordo com eles foram realizados dois assassinatos em um ano. “Essa será mais uma operação desastrosa. Estamos apreensivos e com medo de chegar mais corpos em Boa Vista, mais famílias ficaram desesperadas”, reforçou Isa.
LEI- O artigo 25 da Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, visa proibir que o Ibama, ou qualquer outro órgão federal, destrua bens encontrados em suas operações.
“Estamos cientes da situação, uma vez que, a prática do garimpo não é legalizada em Roraima, mas não dá para admitir esse tipo de prática por parte do Ibama. Existe um decreto, mas para que seja cumprido é necessário que o carro esteja em situação garimpeira, mas esses não estavam. Não vamos admitir esses excessos”, destacou o advogado da AGIRR, Ernildo Rodrigues.
Advogado protocola denúncia- A Associação informou que irá aguardar o relatório da operação e entrar com representação necessária.
“São 24 mil garimpeiros que trabalham e dependem desse trabalho. O objetivo da AGIRR é legalizar e buscar o apoio da bancada federal para legalizar uma área de garimpo, que não seja em terras indígenas”, disse o advogado.
A reportagem entrou em contato com o Ibama sobre este caso e aguarda o posicionamento.