Cotidiano

Remídio mandará recado a Bolsonaro para concluir acordo Brasil-Guiana

Presidente da Câmara de Comércio Brasil/Guiana defendeu que o acordo bilateral de transporte de cargas e passageiros saia do papel para que veículos brasileiros atravessem a fronteira, sem precisar de caminhões e ônibus auxiliares na Guiana

O presidente da Câmara de Comércio Brasil/Guiana, Remídio Monai, disse que vai mandar um recado a Jair Bolsonaro (PL), por meio de representantes do Governo Denarium, para que o presidente aproveite a ida a Georgetown, capital guianense, nos próximos dias, para negociar com o governo da Guiana a conclusão do acordo de transporte de cargas e passageiros, firmado entre Brasil e o país vizinho.

Durante a edição desse domingo (5), do Agenda da Semana, da Folha FM, Monai defendeu que o acordo bilateral, fechado há mais de 20 anos, saia do papel para acabar, por exemplo, com a necessidade de veículos brasileiros deixarem cargas e passageiros em Lethem, na fronteira da Guiana com o Brasil, de onde eles subiriam em caminhões e ônibus guianenses, respectivamente, para seguir viagem pelas estradas do país vizinho.

“Os caminhões que tiverem carga precisam fazer o transbordo em Lethem. Particularmente, minha empresa tem licença, mas não tem a regulamentação legal. A Guiana tem que dar autorização e ela não vai dar autorização enquanto não se regulamentar. Claro, ela não tem ainda como permitir pra que uma empresa estrangeira entre no país”, pontuou.

Remídio descarta concorrer nas eleições de 2022

Ex-deputado estadual e federal, Remídio Monai disse que não irá se candidatar nas eleições de 2022 e, que se colocasse à disposição do pleito, concorreria ao cargo de senador por Roraima. A decisão, segundo ele, tem a ver também com a família, de quem quis se aproximar mais depois de concluir o mandato parlamentar.

“Veio a pandemia, as coisas não saíram como planejei. Então, não deu tempo ainda de fazer o trabalho que gostaria de fazer. Não posso agora entregar pra minhas filhas uma empresa com poucas dívidas, como planejei. Não tenho condições de ser candidato nesta eleição, mas se eu pudesse, seria candidato a senador. Tenho conhecimento de Amazônia, de infraestrutura, Guiana, Venezuela e queria contribuir pro estado de uma forma mais ampla, mas a gente tem que deixar as coisas no plano de Deus”, explicou.

Dono da Amatur, que completou 31 anos em 2021, Remídio Monai lembrou que a partir de 1995, a empresa roraimense deixou de ser uma agência de viagem para ser de ônibus. Ele destacou, ainda, do crescimento do projeto de expansão para outros estados como Amazonas, Rondônia e Acre, e dos maiores desafios enfrentados em três décadas, como a luta contra o antigo monopólio de transporte, o aumento das concessões de gratuidade e os prejuízos econômicos provocados pela pandemia da Covid-19.