Política

Advogado acusa deputados de falta de isenção em investigação

O advogado Rui Figueiredo acusa deputados de usarem a CPI para defender seus próprios interesses

Um dos indiciados pela CPI da Saúde, da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), apontado em relatório apresentado nessa segunda-feira, 6, o advogado Rui Figueiredo disse à reportagem da FolhaBV, que muitos deputados não são isentos, e por isso não poderiam conduzir a investigação, e que alguns estariam envolvidos em desvio de verbas públicas.

“São covardes, e que estão envolvidos em falcatruas com o uso da verba pública. Não tiveram a coragem de mencionar a participação de seus pares nessa CPI, que para mim não passa de uma farsa, que coloca pessoas inocentes como culpadas”, disse Figueiredo.

O advogado disse que defendia uma das empresas citadas pela CPI, e que por estar de maneira corriqueira na Secretaria de Saúde teria informações sobre a participação de políticos em contratos com a pasta.

“Fiz a defesa dessa empresa a pedido de um amigo em vários processos, e  das várias vezes que fui a Sesau encontrei deputados lá e sempre que eu entrava a pessoa que me atendia, dava a entender de que o assunto que eles tratavam não era nada republicano. E como a gente circulava pela Saúde, estávamos ali vendo como as coisas aconteciam, a gente tinha informações de que políticos são proprietários, ou indicam empresas para a prestação de serviço”, disse.

Ele disse ainda, que a CPI seria uma forma usada pelos parlamentares para defender os seus interesses.

“Essa CPI é uma farsa, um escarnio, um desrespeito, todos sabemos nível de envolvimento dos deputados. Um próprio secretário que deixou a pasta recentemente, disse que não aguentava o nível de promiscuidade de deputados e de outros políticos que defendem apenas os seus interesses. Essa CPI serve apenas para eles colocarem lá dentro empresas as empresas deles”, acrescentou.

O advogado informou que irá solicitar judicialmente uma investigação a respeito do assunto. “Vou tomar atitude e vou pedir para que seja feita uma investigação mais séria, pois eles são carentes de isenção, muitos deles são responsáveis por mortes na saúde, e por falcatruas. Estão imputando crimes sem investigar. Pode ser que tenha gente com envolvimento, mas eles colocam gente inocente ali no meio”, pontuou.

CPI – Instalada em 2019 após denúncias de irregularidades feitas pelo ex-secretário de Saúde Ailton Vanderley, a CPI da Saúde culminou em mais de 100 volumes de documentos, 88 reuniões e 98 depoimentos coletados de pessoas envolvidas nos processos ou testemunhas. Vinte e um volumes compõem os autos principais e cinco são sigilosos. Dos 44 contratos, 23 são relacionados ao combate à covid-19.