Cotidiano

Desabastecimento por causa de greve faz subir preço de produtos

Falta de opção na hora da compra de produtos básicos, como os de higiene pessoal, tem refletido diretamente no bolso do consumidor

O desabastecimento de mercadorias no comércio local, devido à greve dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), elevou o preço dos produtos básicos que compõem a cesta básica do consumidor em alguns supermercados da Capital.
Dos 13 produtos analisados pela Folha, em dois pontos de vendas da cidade, um na zona Oeste e outro na zona Norte, oito tiveram alta nos preços. O valor da própria cesta básica, que já havia sofrido reajuste de 10% em março deste ano, saltou de R$ 100,00 para R$ 112,00, em média.

Dentre os perecíveis, o feijão, que antes custava R$ 6,30, foi o produto que apresentou a maior alta. Passou a ser vendido por R 6,99, um reajuste de 10,5%. O arroz vem logo em seguida, com um amento de 4,5%, chegando a custar R$ 2,70. Assim como o café (1,5%) e o leite (3,00%). O preço do açúcar, que havia sofrido uma leve queda este ano e chegou a custar R$ 1,90, agora é oferecido a R$ 2,35. Assim como o óleo, que é vendido a R$ 3,45. A farinha custa, atualmente, R$ 6,80 e o sal passou de R$ 2,30 para R$ 2,90.

Outros produtos também sentiram o efeito de desabastecimento. Mesmo com a liberação parcial de cerca de 30% das mercadorias que passam pela Suframa, determinada em lei no caso de greve, o quilo do tomate (R$ 6,00), da cebola (R$ 7,50) e da batata (R$ 2,95), por exemplo, disparou.

Para o presidente da Associação dos Distribuidores Atacadistas de Roraima (Adarr), Hélio Cavalcante, além de ter que pagar mais caro pelos produtos, os consumidores estão enfrentando a falta de opção nas prateleiras para escolher os mais em conta. “O consumidor que comprava esses produtos e vai hoje aos supermercados, vê que está em falta. E os que há são mais caros. Não existe mais aquela opção de comprar o mais barato”, disse.

Segundo ele, os consumidores de baixa renda, que necessitam de produtos da cesta básica, são os que estão sendo mais prejudicados com o reajuste. “A situação se agrava a cada dia. O papel higiênico, por exemplo, está em falta. O de folha simples, mais barato, não há. Só se encontra o de duas e três folhas, que são bem mais caros”, frisou.

O gerente de um dos supermercados visitados pela Folha, Wandreson Souza, explicou que, além do desabastecimento, os impostos têm contribuído para elevação no preço dos produtos. “Tem ocorrido realmente a falta de algumas mercadorias, que estão sendo liberadas gradativamente. Acredito que tenha aumentado também por conta dos impostos”, frisou.

CONSUMIDORES – O mais prejudicado com esse impasse é realmente o consumidor final, ou seja, aquele que paga mais caro para levar os produtos para casa. A diarista Vânia Araújo disse que para tentar driblar os altos preços, optou por aproveitar as promoções oferecidas por alguns estabelecimentos. “Em alguns dias da semana. o supermercado oferece a carne mais barata, assim como o hortifruti e outros produtos”, destacou.

Ainda assim, há aqueles que foram obrigados a dar uma freada na quantidade de compras mensais. “Antes eu ia ao supermercado duas ou três vezes ao mês, agora decidi ir somente uma vez e comprar aquilo que é necessário”, ressaltou o aposentado Raimundo Nonato.

PRODUTOS – Atualmente, até 13 produtos compõem a cesta básica do consumidor roraimense. São eles: 5 kg de arroz, 1 kg de sal, 2 kg de feijão, 4 kg de açúcar, 3 kg de café, 5 pacotes de suco, 2 pacotes de bolacha, 2 latas de sardinha, 2 pacotes de macarrão, 2 latas de óleo, 2 extratos de tomate, 3 pacotes de leite e 2 kg de farinha. (L.G.C)